Clínica usou produto irregular em procedimento que levou esteticista à UTI

O produto usado no preenchimento de glúteos de Betânia Lima Guarda, 29 anos, que foi internada na UTI após ser submetida ao procedimento na última sexta-feira, não tem autorização da Anvisa, segundo a polícia.

O que aconteceu

A delegada Emília Podestá contou que passou a investigar a procedência do produto utilizado no procedimento depois de outras três vítimas, em Goiânia e Aparecida de Goiânia, relatarem casos semelhantes. Segundo ela, as donas do estabelecimento onde a esteticista fez o preenchimento colaboraram com a investigação.

"Apurávamos lesão corporal leve por imperícia médica, mas passamos a investigar o produto por conta dos outros casos, e descobrimos que o cosmético não tinha autorização da Anvisa para ser injetado em pacientes", afirmou a delegada. A fabricante Biodomani já havia recebido uma ordem de recolhimento do produto, o Harmony Filler.

Segundo a delegada, relatos de vítimas que receberam o produto em procedimentos estéticos começaram a surgir a partir do dia 20 de junho, após 28 caixas do Harmony Filler serem vendidas no evento "Cosmobeauty", em Goiás.

"A polícia confirmou 3 casos e, extraoficialmente, analisa outros 4. Estamos esperando o laudo do IML para descartar imperícia das esteticistas e se o registro do produto por parte do laboratório", afirmou.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, o estabelecimento que fez o preenchimento de bumbum não tinha alvará de funcionamento.

A Secretaria do Estado de Saúde informou que a Vigilância Sanitária Estadual acompanha o caso."A Secretaria de Estado da Saúde informa que a Vigilância Sanitária Estadual acompanha o caso e auxilia nas investigações da Polícia Civil e no trabalho das vigilâncias municipais", diz a nota.