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10 meses

Desabamento de prédio em PE deixa 14 mortos; buscas terminam após 35 horas

Do UOL, em São Paulo

08/07/2023 07h33Atualizada em 08/07/2023 20h43

O desabamento de um prédio deixou 14 mortos em Paulista, no Grande Recife, segundo boletim do Corpo de Bombeiros do estado. As buscas por todos os desaparecidos foram encerradas após 35 horas ininterruptas de operação.

O que aconteceu?

Corpos de mãe e dois filhos foram encontrados abraçados nos escombros. As crianças foram identificadas como Maria Flor, de 6 anos, e Wallace, 10. A mãe é Marcela, de 42 anos. Foram as últimas vítimas encontradas pelos bombeiros.

O prédio desabou parcialmente no Conjunto Beira Mar, por volta das 6h35 de ontem. O desabamento ocorreu após uma noite de fortes chuvas. Três famílias ocupavam o imóvel no momento do ocorrido, informou a Prefeitura de Paulista.

Quatro pessoas foram resgatadas com vida dos escombros. Três mulheres, sendo duas de 15 e uma de 65 anos, e um rapaz de 18 anos foram levados a hospitais. O homem acabou morrendo após ser socorrido.

Outras quatro pessoas (de 16, 17, 21 e 22 anos) foram encontrados com vida fora da edificação. No total, o desabamento deixou 21 vítimas (entre mortos e sobreviventes), segundo a Defesa Civil. Dois cães e dois gatos foram resgatados com vida.

As quatro crianças e dois adolescentes que morreram tinham 5, 6, 8, 9, 12 e 16 anos. Os quatro homens mortos no desabamento tinham 18 (socorrido com vida, mas óbito constatado no hospital), 21, 40 e 45 anos. Já as mulheres tinham 19, 37, 40 e 43 anos.

Os prédios já tinham sido condenados pela Defesa Civil por risco de desabamento. Segundo a prefeitura, a interdição do local ocorreu em 2010, mas "o prédio foi reocupado por grupos sem-teto" e ajuda já tinha sido pedida à Caixa Econômica Federal e seguradoras responsáveis para "solucionar esse problema crônico".
Movimentos sociais de moradia alertaram sobre o risco no local em audiência pública na semana passada. Eles definem o episódio como uma "tragédia anunciada".

Prefeito lamenta mortes

O prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (MDB) disse que a prefeitura já havia alertado para o perigo de desmoronamento há mais de 10 anos. Segundo ele, agora será cobrada a responsabilidade da seguradora do espaço. Equipes das secretarias de Desenvolvimento Social e da Saúde, e a Defesa Civil estão prestando assistência no local desde a manhã desta sexta-feira.

O UOL perguntou à prefeitura se os outros prédios do conjunto seriam isolados pela Defesa Civil. A reportagem não teve retorno sobre o assunto até o momento.

A gente sabe de outras cidades que tiveram prédios que caíram e pessoas perderam a vida. É preciso que isso sirva de alerta a essa seguradora para tomar as providências [adequadas] para que outras pessoas não faleçam e outras cidades não passem pelo que Paulista está vivendo agora."
Yves Ribeiro, prefeito de Paulista