Vídeo: funcionário de delegacia agride mulher; professor que filmou é preso
Duas mulheres foram agredidas na madrugada de sábado (8) durante uma festa em Bagre, no Pará. O suspeito trabalha na delegacia da cidade — testemunhas afirmam que ele seria o carcereiro, mas a delegada diz que ele atua na área administrativa. O homem que filmou a cena é professor e foi preso, segundo seu advogado.
O que aconteceu
No vídeo é possível ver que uma das mulheres foi agredida duas vezes. O homem a empurra para o chão e, em seguida, dá um tapa na cara dela. O UOL apurou com testemunhas que uma outra mulher também foi agredida, embora o vídeo mostre apenas uma discussão entre ela e o suspeito.
As duas mulheres e um professor que gravou as imagens foram presos após a ocorrência. Por volta das 12h de sábado, o homem e uma das mulheres foram liberados.
A delegada da cidade, Vanessa Macedo, aparece no vídeo divulgado nas redes sociais, mas não intervém. Ao UOL, a delegada encaminhou uma nota assinada pela Assindelp (Entidades representativas dos Delegados de Polícia Civil do Pará) que afirma que a mulher estava com uma faca (veja abaixo).
A Polícia Civil do Pará informou que o funcionário da delegacia foi preso. Ele foi autuado pelo crime de lesão corporal e liberado após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência.
A delegada foi afastada de suas funções, segundo a Polícia Civil. "A Corregedoria-Geral da instituição abriu um procedimento administrativo para apurar a conduta da servidora", diz a PCPA em nota.
O que diz a nota encaminhada pela delegada
A nobre colega [Vanessa Macedo] estava participando de um evento festivo, quando foi avisada pelos seguranças que uma mulher, que vem a ser prima de uma vítima de intervenção policial, estava tramando contra sua vida. Após ser avisada, a nobre colega, junto com sua equipe, conseguiu deter a mulher, que portava uma faca."
Assindelp
Atitude policial "foi dentro dos limites da lei", afirma colega. Em um vídeo, o delegado Moraes, presidente da entidade, declara que a delegada vem sendo atacada.
O que dizem testemunhas
A briga teria começado após a delegada não gostar de uma troca de olhares entre ela e uma das vítimas. Na versão de pessoas presentes no local, Vanessa teria pedido para que o funcionário fosse tirar satisfação.
O UOL tenta localizar o suspeito da agressão — o texto será atualizado, se houver retorno. A reportagem procurou a Secretaria de Segurança Pública do Pará, mas não houve retorno.
Celular do professor que filmou não foi liberado
O celular do professor que gravou o vídeo não havia sido devolvido pela polícia até ontem à noite, segundo informou o advogado Eder Rayller. Após fazer a gravação, o professor saiu do local.
Policiais foram até a casa dele sem mandado e o prenderam por volta das 3h da madrugada, relatou o advogado.
Agrediram meu cliente dentro da casa dele, levaram para delegacia e permaneceram com ele até meio-dia. Não permitiram que meu cliente falasse comigo. Eles interrogaram sem meu consentimento. [...] Depois liberaram, mas sem o celular."
Eder Rayller, advogado do professor que gravou imagens
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