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Influenciador que perdeu os três filhos para o câncer morre no Dia dos Pais

Morreu ontem, no Dia dos Pais, o influenciador digital e economista Régis Feitosa Mota, aos 53 anos. Ele, que tratava um câncer, também perdeu os três filhos para a doença devido a uma síndrome hereditária rara, a Li-Fraumeni, que causa tumores.

O que aconteceu:

O falecimento do influenciador foi anunciado ontem no Instagram pela esposa dele, Mariella Pompeu. Ele estava internado desde 31 de julho, em Fortaleza, para tentar um transplante de medula. A causa exata da morte não foi divulgada.

O anúncio foi divulgado pouco tempo após Mariella compartilhar uma homenagem no perfil do companheiro. "Nesse Dia dos Pais, quero parabenizar aquele que é o MELHOR. Que sempre se doou, deu e dá o melhor de si em tudo, o possível e o impossível. O mais presente, amoroso, guerreiro e dono de uma força sem igual. Suportar tamanha dor e continuar de pé é para poucos. Ele vive por AMOR! A fé é enorme. Te amo, meu amor", escreveu.

A última publicação do economista, excluindo a do Dia dos Pais, em 8 de agosto, informou que Régis seguia internado e realizando diversos exames. Na ocasião, ele anunciou que o transplante de medula dele havia sido cancelado em razão de alterações nos exames. Régis também costumava compartilhar fotos dos filhos nas redes sociais, em que é seguido por mais de 888 mil pessoas, e escrevia sobre a saudade que sentia deles.

O velório de Régis ocorreu na noite de ontem em um crematório, e uma missa em homenagem ao economista está sendo transmitida em seu perfil no Instagram desde às 15h desta segunda-feira (14).

Régis teve o primeiro diagnóstico de câncer em 2016, uma leucemia linfoide crônica. Em 2021, descobriu um linfoma não-Hodgkin, que atinge o sistema linfático. No início deste ano, anunciou que trataria um mieloma múltiplo, doença em um tipo de célula da medula óssea.

Meus amigos, nunca imaginei fazer essa postagem. Nunca me preparei para esse momento porque sempre tive a convicção da recuperação plena do Régis. É uma dor sem tamanho. O chão se abriu e não sei como serão os dias sem o carinho, o companheirismo e o amor absoluto dele. Agradeço muito todas as orações. Agradeço muito todas as orações.
Mariella Pompeu, esposa de Régis

A morte dos filhos

Em 2019, Régis contou ao VivaBem sobre a descoberta da síndrome e a perda da filha caçula, Beatriz, que morreu aos 10 anos em 2018, enquanto tratava uma leucemia linfoide aguda.

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Pedro, filho do meio do economista, morreu em 2020 aos 21 anos, após ter cinco tumores. Já a filha mais velha, a médica Anna Carolina, morreu em dezembro de 2022, aos 25 anos, durante o tratamento de um câncer no cérebro. "Em quatro anos e meio, perdi todos os meus filhos", disse o economista em entrevista à BBC publicada no final do ano passado.

Comecei a achar estranho eu e meus filhos termos tido câncer em um curto período de tempo. Não podia ser coincidência. Suspeitava que isso poderia ter relação com alguma herança genética advinda de mim. Iniciamos uma investigação, fomos submetidos a um teste genético e descobri que eu tenho a síndrome Li-Fraumeni.
Régis Feitosa Mota, em relato ao VivaBem

Entenda a síndrome Li-Fraumeni

É uma síndrome de câncer hereditária autossômica dominante. Há uma alteração no TP53, principal gene supressor de tumores no organismo. Ela pode se manifestar em uma a cada 10 mil pessoas e é capaz de passar para aproximadamente 50% dos filhos, de geração para geração.

É muito importante o diagnóstico precoce, pois a partir de um caso já é possível descobrir se uma família tem risco aumentado, podendo chegar a 70% de probabilidade de câncer durante a vida. Apesar de o risco ser alto, é possível ter a síndrome e nunca desenvolver câncer.

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A síndrome de Li-Fraumeni não tem cura, porque a pessoa nasce com a alteração genética no TP53 em todas as células do corpo. Na síndrome, o TP53 causa resistência à quimioterapia e à radioterapia e é um gene no qual a radiação pode, inclusive, ocasionar outros tumores.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por meio de um teste genético para saber se o TP53 está íntegro ou se tem alguma mutação que cause a doença.

Uma vez confirmada a síndrome, os pacientes devem fazer um acompanhamento intensivo com exames para a prevenção e o diagnóstico precoce dos tumores, o que possibilita, muitas vezes, a realização de cirurgias menos invasivas e um tratamento eficaz.

Em mulheres, por exemplo, há a recomendação de se fazer a mastectomia (retirada da mama) preventiva para reduzir risco, já que 70% podem ter câncer de mama aos 25 anos de idade.

*Com reportagens de VivaBem

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