'Não deixou rastros', diz policial que fez buscas por Danilo no Tocantins

Um policial civil que participou das buscas por Danilo Cavalcante após um assassinato em novembro de 2017 em Figueirópolis, no Tocantins, disse que ele fugiu sem deixar vestígios. Condenado a prisão perpétua nos EUA pelo assassinato da ex-namorada em 2021, Danilo escapou da prisão e só foi capturado na quarta-feira (13) após uma caçada de 14 dias.

Como foram as buscas no Tocantins

O agente Vanilson Pimentel Barros, 46, disse que procurou pelo autor do crime nas duas fazendas onde ele havia trabalhado em Figueirópolis. Mas Danilo Cavalcante não foi visto pelos empregadores ou colegas após suspeita de matar Valter Júnior Moreira dos Reis a tiros em um bar no centro da cidade e fugir. O crime foi motivado por uma dívida, de acordo com a polícia.

Segundo o investigador, a Polícia Civil não localizou a arma usada no crime. "Também não descobrimos como ele conseguiu a arma."

Depois do crime, o Danilo sumiu e não deixou rastros. Ele simplesmente desapareceu sem deixar pistas. Foi uma surpresa quando ficamos sabendo que ele estava preso nos EUA por ter matado uma ex-namorada. A gente imaginava que ele pudesse estar escondido no Maranhão, onde nasceu.
Vanilson Pimentel Barros, policial civil

Os relatos sobre Danilo durante as buscas eram positivos, segundo o policial civil. "As pessoas falavam que ele se relacionava bem nos locais onde trabalhou. Que era trabalhador, dedicado e que não criava problemas", disse Vanilson.

"O caso teve uma grande repercussão, até porque o autor e a vítima eram amigos. Eles bebiam juntos nos finais de semana", disse o policial civil.

Com pouco mais de 5.000 moradores, Figueirópolis tem média de apenas um homicídio por ano. O levantamento foi feito pelo UOL com dados da Secretaria de Segurança Pública e da delegacia local de assassinatos ocorridos entre janeiro de 2017 e a última sexta-feira (15).

O que aconteceu após crime no TO

Mesmo com prisão preventiva decretada, Danilo conseguiu fugir para os EUA. Na data do embarque, a Justiça do Tocantins ainda não havia comunicado a decisão no Banco Nacional de Mandados.

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Ele foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

Danilo deve ser ouvido pelo crime por videoconferência. Na última sexta-feira (8), em meio à repercussão internacional do caso, a Justiça do Tocantins marcou a primeira audiência de instrução e julgamento do crime para o dia 11 de outubro deste ano. Sete testemunhas devem ser ouvidas.

Assassinato de ex nos EUA

Após matar Valter Júnior, Danilo se mudou para os EUA, onde foi condenado à prisão perpétua no dia 22 deste mês por matar a ex-namorada Déborah Brandão a facadas em abril de 2021. O crime ocorreu na cidade de Phoenixville, no estado da Pensilvânia.

Segundo a promotoria, Danilo esfaqueou a mulher até a morte na frente dos filhos dela, de 4 e 7 anos. Ele não aceitava o fim do relacionamento do casal.

Após o crime, Cavalcante fugiu para o estado da Virgínia, mas foi preso pela polícia local menos de duas horas após o assassinato. Sarah Brandão, irmã de Deborah, contou ao UOL em 2021 sobre a dinâmica do que ocorreu: "Foi enquanto ela pegava as compras do supermercado no carro dela, com as crianças. Ele pegou ela pelo cabelo e a golpeou no tórax, deixando as crianças verem tudo".

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