Família de músico assassinado pelo Exército será indenizada em R$ 2 milhões
A família do músico Evaldo Rosa dos Santos, executado pelo Exército na zona Norte do Rio em 2019, receberá uma indenização de R$ 2 milhões.
O que aconteceu:
Um acordo foi firmado entre familiares de Evaldo e a AGU (Advocacia-Geral da União). Serão indenizados o filho, a esposa, o pai e os irmãos do músico.
Além disso, será paga uma pensão mensal para a esposa e para o filho de Evaldo, no valor de um salário mínimo e meio para cada.
"O acordo representa um importante passo para a promoção da justiça, bem como para a consolidação de valores democráticos e de respeito aos direitos humanos", afirmou a Advogada da União Débora Lerner, coordenadora-regional de Negociação da União da 2ª Região.
Os soldados dispararam 257 balas de fuzil e pistola naquele dia, das quais 62 atingiram o carro da família e outras nove o corpo do músico, que morreu na hora.
Oito militares do Exército foram condenados pelo assassinato, e eles foram expulsos da corporação por "culpabilidade comprovada". As penas vão de 28 anos a 31 anos e seis meses de prisão em regime fechado.
Família de catador também foi indenizada
Na mesma ação do Exército, o catador de latas Luciano Macedo também foi morto, quando tentava ajudar a família do músico. Em abril deste ano, um acordo com a família dele também foi firmado, resultando no pagamento de R$ 841 mil.
Do total, R$ 493 mil foram destinados para mãe de Luciano, R$ 123,2 mil para cada irmã do catador e R$ 21,7 mil a título de atrasados da pensão mensal vitalícia no valor de 1/3 do salário mínimo pago à mãe da vítima.
Outros R$ 3,5 mil foram para ressarcir despesas com funerárias e sepultamento, além de R$ 76,4 mil em honorários.
Relembre o caso
O crime aconteceu no dia 7 de abril de 2019. Também estavam no carro a mulher, o filho e o sogro do músico, além de uma adolescente. Evaldo morreu no local.
O músico estava a caminho de um chá de bebê quando passou por patrulha na região da Vila Militar em Guadalupe, na zona norte do Rio, onde foi alvo dos disparos. Segundo a Procuradoria de Justiça Militar no Rio de Janeiro, não houve ordem para o carro parar e não havia posto de bloqueio ou blitz na via.
O catador Luciano Macedo, que passava a pé pelo local, também foi atingido e morreu dias depois. Segundo Dayana Fernandes, viúva de Macedo, o marido tentou ajudar Evaldo após o carro da família do músico ser alvejado.
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Quero receberA Justiça Militar condenou o tenente Ítalo da Silva Nunes, que comandou a ação, o sargento Fabio Henrique Souza Braz da Silva, o cabo Leonardo de Oliveira de Souza, e os soldados Gabriel Christian Honorato, Gabriel da Silva de Barros Lins, João Lucas da Costa Gonçalo, Marlon Conceição da Silva e Matheus Santanna Claudino.
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