Linhas privadas estão funcionando, estamos no caminho certo, diz Tarcísio

Em resposta à greve de hoje do Metrô, CPTM e Sabesp, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), elogiou o funcionamento das linhas privadas do metrô para defender a privatização dos transportes sobre trilhos no estado.

Funcionários das três categorias pedem ao governo que cancele o processo de privatização das categorias, uma das principais promessas de campanha do governador. Eles querem um plebiscito para que a população decida sobre a concessão das estatais.

O que aconteceu:

Tarcísio disse hoje cedo que a greve reforça a decisão do governo de estudar a privatização das linhas do metrô e CPTM e classificou o movimento de ilegal.

Quais as linhas disponíveis hoje? As linhas 4, 5, 8 e 9, operadas pela iniciativa privada (...) Isso reforça a convicção de que estamos indo na direção certa.
Tarcísio de Freitas

Segundo o governador, serviços públicos precisam ter "regularidade e disponibilidade". "E quais são que estão em funcionamento hoje? As que foram transferidas para a iniciativa privada. Essas linhas não estão deixando o cidadão na mão", afirmou.

Ao dizer que está "na direção certa", Tarcísio lembrou que a privatização dos serviços foi tratada na eleição do ano passado. "A gente colocou na campanha que faria, estamos procurando seguir o que apresentamos à sociedade, nos submetemos às urnas pra isso", disse.

Linhas privadas apresentam problemas. Administradas pela ViaMobilidade desde janeiro de 2022, as linhas 8-diamante e 9-esmeralda de trens vêm apresentando falhas técnicas.

Tarcísio minimizou as falhas ao dizer que fez "várias reuniões" e que os investimentos saltaram de R$ 3,8 bilhões para R$ 4,5 bilhões. "Não houve mais descarrilamento", afirmou. "Foram feitas correções (...), reforma em todas as estações."

Ainda assim, o Ministério Público anunciou que pedirá à Justiça o fim da concessão das linhas, além de indenizações.

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O governador também politizou o caso ao dizer que a greve mira a eleição municipal do ano que vem. "Pra mim está muito claro que esses movimentos vão se repetir, ano que vem é eleição municipal, é uma motivação corporativa e política", disse ele, que deve apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Ele chamou a paralisação de "pauta corporativa" dos funcionários do transporte público e afirmou que o governo continuará os estudos sobre a concessão das linhas.

Tarcísio disse que haverá audiência pública "no final dos estudos", o "foro adequado para dar contribuições". "Todos os processos de concessão são feitos dessa forma", disse. "Discordo de que o governo não vá discutir a concessão."

A discordância não pode ser motivo para privar o cidadão do seu direito de ir e vir.
Governador Tarcísio de Freitas

Tarcísio diz que o governo vai "adotar providências" para que a greve não se repita. "É uma pena a gente ver o cidadão de joelho, cidadão sofrendo, cidadão tendo a privação de transporte para uma pauta que, sinceramente, não é motivo para paralisação."

Ele diz que a paralisação é "egoísta" e abuso do direito de greve. "É a segunda greve em um curto período. Tem motivação política, eles deixam isso muito claro".

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Vai encerrar a greve de outubro e vão estar planejando a greve de novembro. Qual o limite disso? Se isso não é abuso do direito de greve, não sei o que é. Esse ano já foi negociado reajuste e de novo estamos enfrentando uma greve.
Governador Tarcísio de Freitas

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