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Polícia encontra em carro corpos de suspeitos de assassinar médicos no Rio

Do UOL, em São Paulo

06/10/2023 02h24Atualizada em 06/10/2023 13h59

A Polícia Civil do Rio encontrou os corpos de quatro suspeitos de participação no assassinato de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade.

O que aconteceu

Os corpos foram encontrados em dois carros na zona oeste do Rio. Dois deles foram identificados: um é de Philip Motta Pereira, conhecido como Lesk, e o outro de Ryan Nunes de Almeida.

Lesk estava em um veículo localizado na madrugada de hoje na Gardênia Azul, comunidade dominada pela milícia que se aliou ao Comando Vermelho desde o começo deste ano, segundo investigação da Polícia Civil. Ele estava foragido da Justiça e teve a prisão decretada por associação para o tráfico em setembro de 2019.

Reportagem da Folha de S.Paulo afirma que a polícia apura se o Comando Vermelho tem envolvimento na morte dos milicianos suspeitos de assassinar os médicos. A investigação teria conhecimento de uma reunião que ocorreu ontem entre lideranças da facção e os participantes do crime.

Segundo a polícia, três corpos estavam dentro de um carro na rua Abrahão Jabour, no bairro Camorim, nas proximidades do Riocentro. O quarto foi encontrado no segundo veículo, na avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão, na Gardênia Azul. Exames periciais serão feitos para confirmar as outras identidades.

Philip Motta Pereira, vulgo Lesk, estava foragido da Justiça e foi encontrado morto em carro Imagem: Reprodução/Twitter/@pprocurados

O grupo teria atirado contra quatro médicos ortopedistas. Marcos de Andrade Corsato, 62, Perseu Ribeiro Almeida, 33, e Diego Ralf de Souza Bomfim, 35 morreram — esse último era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

Os investigadores suspeitam que os médicos assassinados foram mortos por engano. Um informante teria confundido o ortopedista Perseu Almeida com Taillon Barbosa, acusado de integrar uma milícia rival da zona oeste do Rio.

Em dezembro de 2020, o Ministério Público denunciou o miliciano de 26 anos por liderar um grupo que atuava na região de Rio das Pedras, Muzema e áreas próximas.

'Quiosque errado'

Os assassinos teriam ido ao "quiosque errado" para executar as vítimas. Segundo apurou o UOL, os suspeitos receberam a informação de que Taillon frequentava o "Quiosque do Naná", reduto da milícia da qual ele faz parte.

Em áudio obtido pelo UOL, o informante diz que os alvos da milícia estariam no "Quiosque do Naná 2", que fica a menos de 100 metros do "Quiosque do Naná". Quem estava lá, entretanto, eram os médicos.

Investigadores dizem acreditar que o grupo atirou contra todos os médicos por acreditar que eles faziam a segurança armada do miliciano.

Imagens de câmera de segurança mostram o momento em que os homens descem de um carro branco e correm em direção aos médicos. Nenhum pertence das vítimas foi levado.

A quarta vítima, Daniel Sonnewend Proença, único sobrevivente do ataque, está estável, lúcido e respira sem a ajuda de aparelhos, segundo o boletim médico.

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