Fazendeiro ameaça matar pescadores no MA: 'Vou atirar na cabeça dele'; veja
A Polícia Civil do Maranhão investiga o caso de um fazendeiro que humilhou e ameaçou quatro pescadores que teriam invadido sua propriedade localizada na zona rural de Magalhães de Almeida, na última terça-feira (10).
O que aconteceu:
Os quatro homens teriam ido pescar em uma lagoa que passa por dentro de uma propriedade do fazendeiro. Eles registraram boletim de ocorrência na Delegacia de Magalhães de Almeida, e explicaram que costumam pescar naquela região.
Nas imagens, gravadas pelo próprio fazendeiro, ele mantém pelo menos dois pescadores sob a mira de uma espingarda e ameaça matá-los. Ele afirma que o vídeo é para alertar aqueles que invadem suas terras. "É isso que eu faço com quem invade as minhas terras", diz. "Tá filmando aí? Me filma aqui. Esse aqui é um pescador que invade as minhas terras e a minha lagoa. Filma aí que eu quero dar um tiro na cabeça dele. Eu vou atirar, seu filho da put*", fala o fazendeiro.
A vítima implora para não morrer, diz que tem uma filha para criar e pede ajuda. "Pai, corre aqui, o homem vai atirar, pai, por favor. Não faz isso não, senhor. O pai vai vir para conversar com o senhor. Venha logo, pai, ele vai me matar. Eu tenho minha filha para criar, não faz isso, por favor".
Nesse momento, o pai do pescador, que estava com outros dois amigos um pouco mais afastados, aparece na gravação, e o fazendeiro volta a fazer ameaças de morte. "Vem ver seu filho morrer". A vítima implora novamente para que ele não atire. "Não faz isso", pede.
O fazendeiro então diz que vai "arrancar a cabeça" do pescador. "Se tu correr, eu atiro. Isso aqui é propriedade privada. Isso aqui tem dono. Se tu baixar as mãos, eu arranco a cabeça dele".
Após a ameaça, o fazendeiro deixou os pescadores irem embora.
Repúdios
O governo do Maranhão disse que acionou a Sedihpop (Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular) e a SSP (Secretaria de Segurança Pública) para tomar as providências referentes ao ocorrido com os pescadores.
"A Sedihpop fará oitiva com a comunidade, por meio da Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade. A SSP, por meio da Polícia Civil, está adotando todas as medidas legais para a elucidação dos fatos e responsabilização criminal", disse o governo maranhense.
Em nota, a Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA (Ordem dos Advogados do Maranhão), destacou que mais de 70% do território maranhense não tem certificação, o que aumenta os conflitos no estado. Ainda, a instituição ressaltou que, mesmo que as vítimas tenham ido pescar em uma propriedade privada, o fazendeiro deve responder criminalmente.
O UOL entrou em contato com a SSP para pedir maiores informações, mas não obteve retorno. A reportagem não conseguiu localizar o fazendeiro que aparece no vídeo. O espaço segue aberto para manifestação.
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