Conteúdo publicado há 8 meses

PM apreende armas em assentamento do MST após manifestação em rodovia

Uma operação da Polícia Militar em um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Paraná apreendeu armas e levou camponeses para a delegacia nesta sexta-feira (20).

O que aconteceu?

Os mandados foram cumpridos pela Polícia Militar em um assentamento de Guarapuava (PR).

Três armas foram apreendidas e dez pessoas foram encaminhadas à delegacia, informou a PM do Paraná. O MST, porém, fala que 11 camponeses foram levados pelos policiais.

As três armas, uma espingarda e duas pistolas calibre .9, estavam em posse de três homens diferentes. Um quarto homem foi encontrado com nove munições calibre .38, ainda segundo a polícia.

Além dos quatro homens com armas e munições, seis pessoas que teriam agredido policiais durante uma manifestação foram levadas à delegacia.

Em nota, o MST classificou a operação como um "ataque violento". O movimento acusa a PM de impedir a comunicação e o deslocamento das pessoas alojadas no assentamento. Também alega que os demais moradores da comunidade foram impedidos de entrar ou sair do local.

Policiais militares invadiram casas de famílias assentadas, sem apresentar mandado judicial. Há vários relatos de danos às casas, extravio de documentos e roupas, e apreensão de instrumentos de trabalho como enxadas, facões e foices. Assentados que trabalham em empresas da região relatam que tiveram pneus de veículos furados e não puderam sair para o trabalho.
MST, em nota ao UOL

A operação foi autorizada pela 3ª Vara Criminal de Guarapuava e é considerada uma "resposta" aos protestos realizados pelo movimento na quarta-feira (18) e na quinta-feira (19). O protesto contou com cerca de 300 pessoas, que ignoraram uma liminar proibitória para fechar a rodovia expedida pela 1ª Vara da Fazenda Pública de Guarapuava.

O grupo pedia a regularização de áreas de assentados nos municípios de Inácio Martins, Pinhão, Reserva do Iguaçu e Guarapuava, em 75 mil hectares de terras griladas por grandes proprietários, segundo o próprio MST.

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Segundo o MST, ao longo dos protestos na quarta-feira e na quinta-feira, houve liberação da via a cada 30 minutos.

Uma reunião foi marcada para a tarde da sexta-feira, em Guarapuava, com representantes da Ouvidoria Agrária Nacional, da Ouvidoria Agrária estadual e do Centro Judiciário de Soluções de Conflitos (Cejusc) do Tribunal de Justiça do Paraná.

(*Com Estadão Conteúdo)

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