Afegãos sofrem ataque e são associados ao Hamas no centro de São Paulo
Uma família do Afeganistão refugiada no Brasil foi atacada por um homem na semana passada no bairro do Bom Retiro, no centro de São Paulo. Um boletim de ocorrência por injúria já foi registrado.
O que aconteceu
Uma mulher afegã, junto com seus filhos, foi agredida por um homem que vestia roupas tradicionais de um judeu ortodoxo. Ela estava indo buscar seus filhos mais velhos na rua Afonso Pena, na região central da capital paulista, por volta das 17h.
O homem se aproximou dela gritando e empurrando, dizendo que ela era do 'Hamas' e que estava matando as crianças do povo dele, conforme informações do boletim. Um motoboy que passava pela via pública viu a situação e tentou defender os refugiados. O marido da mulher também apareceu em seguida para intervir.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, algumas pessoas que passavam pelo local e funcionário do mercado ao lado relataram que "esse senhor judeu é encrenqueiro e sempre ofende as pessoas no bairro".
Segundo o documento, trata-se de crime de ação pública condicionada à representação. A vítima foi orientada quanto ao prazo de seis meses para o oferecimento de queixa-crime contra o suspeito em juízo, por meio de advogado constituído.
"A família ainda está assustada, eles são recém-chegados ao país, não faz nem quatro meses", contou a ONG Panahgah, que os acolheu quando chegaram ao Brasil. Para a organização, a ocorrência é resultado da desinformação, em associar muçulmanos com terrorismo e extremismo.
"Esses afegãos que recebemos são vítimas do extremismo religioso de muçulmanos do Talibã", esclareceu a Panahgah, que pretende realizar uma campanha de conscientização contra o preconceito a muçulmanos.
Nós da ONG reconhecemos o ato como algo bastante triste e temos plena consciência de que isso também não representa a comunidade judaica no Brasil.
ONG Panahgah
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