Presidente da Enel culpa árvores por apagão: 'Situação excepcionalíssima'

O presidente da Enel em São Paulo, Max Lins, disse hoje que a queda de árvores foi o principal causador dos problemas na rede elétrica que deixou 2,1 milhões de clientes sem energia após um temporal na sexta-feira (3) e classificou a situação como "excepcionalíssima".

O que aconteceu

Lins disse que a vegetação foi o "principal ofensor" da rede elétrica. Em entrevista coletiva na sede da empresa, ele afirmou que 95% das ocorrências de falta de luz registradas foram causadas por quedas de árvores. Segundo a empresa, cerca de mil árvores derrubadas no temporal atingiram a rede elétrica.

O executivo da concessionária listou o tema ao citar medidas que devem ser tomadas para tornar a infraestrutura elétrica mais resiliente diante de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes. "A questão da vegetação é o principal ofensor", disse. Ele defendeu que seja feito um mapeamento e um tratamento da vegetação num trabalho conjunto entre a concessionária e autoridades, mas reconheceu que isso leva tempo.

Ele pediu desculpas à população, mas disse que é preciso entender que houve uma situação "excepcionalíssima". Afirmou que o temporal, com rajadas de vento de mais de 100 km/h, não foi previsto por institutos de meteorologia — na sexta, o site do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáricas) dizia, pela manhã, que havia previsão de chuva moderada a forte à tarde, com raios e ventos de rajada, que poderiam "superar os 70km/h".

Estamos sentindo a dor, estamos solidários. Estamos trabalhando. Pedimos desculpas por isso, não há nenhum problema. Agora, gostaria que isso viesse dentro de um contexto, uma situação excepcionalíssima.
Max Lins, presidente da Enel em São Paulo

Falta de luz já dura 5 dias

Em balanço divulgado às 10h, a Enel informou que 11 mil clientes ainda estavam sem luz. Segundo a concessionária, eles estão distribuídos na capital (cerca de 4 mil), em Cotia e Embu das Artes, com 3 mil em cada cidade.

O presidente da Enel afirmou que existem critérios técnicos para atendimento em situações de emergência. Ele citou que áreas com hospitais, estações da Sabesp e instalações de governos, por exemplo, são priorizadas. Lins informou que 100 km de fios precisaram ser substituídos, além de centenas de postes e transformadores.

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Temporal matou 8 em SP

A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros de São Paulo confirmaram oito mortes causadas pelas chuvas que atingiram o estado na última sexta-feira (3). Moradores relataram que precisaram se hospedar em hotéis desde sexta-feira (3) ou perderam tudo o que estava na geladeira. Uma idosa de 89 anos que usa respirador teve que passar a noite em um hospital porque estava sem luz em casa.

Serviços de telefonia, internet e abastecimento de água também foram afetados. Moradores da capital e da região metropolitana relataram falta de água, sinal de internet e dificuldade para fazer ligações inclusive para a Enel.

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