Justiça amplia pena de Ronnie Lessa por sumiço das armas do caso Marielle
A Justiça do Rio de Janeiro aumentou a pena do ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
O que aconteceu:
A decisão em 2ª instância é referente ao processo que julga o sumiço de armas ligadas ao crime. O armamento teria sido lançado ao mar dias após a prisão de Lessa, em março de 2019.
Por unanimidade de votos, o ex-policial militar teve a pena ampliada de quatro anos e meio para cinco anos, em regime fechado, além de 16 dias de multa. Lessa está encarcerado em um presídio de segurança máxima em Campo Grande. Ele foi preso junto com o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, que confessou ter dirigido o carro usado no atentado ocorrido um ano antes. Em delação premiada, Élcio disse ambos se conhecem há mais de 30 anos — e que tem uma "dívida de gratidão" com Lessa
Outras quatro pessoas, que também foram condenadas no mesmo processo, tiveram as penas ampliadas. Elaine Pereira Figueiredo Lessa (esposa de Ronnie), Bruno Pereira Figueiredo, José Márcio Mantovano e Josinaldo Lucas Freitas. Inicialmente, eles haviam sido condenados a quatro anos de prisão em regime aberto.
Com a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (8), Elaine e Bruno devem cumprir oito anos e seis dias de reclusão, no regime semiaberto; José Márcio e Josinaldo Lucas foram condenados a sete anos e dez meses e seis anos e nove meses, respectivamente. Ambos no regime semiaberto. Os pedidos para ampliação das penas partiram do Ministério Público do Rio de Janeiro
Em 2021, quando os cinco réus foram condenados, o juiz Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo, da 19ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, escreveu que "a conduta dos denunciados impediu a apreensão e identificação de diversas armas de fogo que podem ter sido utilizadas na prática de inúmeros crimes".
Durante as investigações, um barqueiro que trabalha na Barra da Tijuca afirmou que Josinaldo tirou as armas de caixas e as lançou no mar, próximo às Ilhas Tijucas. "Acrescente-se ainda que indicam a materialidade do crime o relatório de análise de imagens, bem como, o relatório de varredura realizado pela Marinha, que apontou a existência de objetos compatíveis com o mencionado armamento, no fundo do mar, embora não tenham sido encontrados em razão da profundidade onde se encontravam", completou o juiz.
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