Energia é restabelecida na Rocinha após dias de instabilidade, diz Light
A energia na Rocinha, no Rio de Janeiro, foi restabelecida nesta terça-feira (21), segundo a concessionária Light. A comunidade enfrentou problemas causados pela queda de luz por mais de 10 dias, de acordo com relatos de moradores.
O que aconteceu
Segundo a Light, o fornecimento de energia para a Rocinha foi normalizado após as equipes de campo serem fortalecidas.
A concessionária justifica que o furto de energia na região, que é cerca de 84%, causa problemas à rede: "As ligações clandestinas sobrecarregam a rede elétrica e, somente na última semana, foram 127 ocorrências na comunidade provocadas pelos 'gatos'", diz a nota da empresa.
"Neste contexto, as equipes da concessionária vão ao local, restabelecem a energia de clientes que apresentam queixas e, pouco tempo depois, novas quedas de energia ocorrem devido à sobrecarga na rede", continua a empresa.
Os transformadores são configurados e instalados para atender os cerca de 14 mil clientes da concessionária, e queimam "por causa das ligações clandestinas", ainda segundo a empresa. "A Light orienta que os clientes busquem consumir energia de forma consciente", prossegue.
No sábado (18), a Justiça determinou que a empresa garantisse "os reparos necessários no local e o consequente restabelecimento do serviço", no prazo de 48 horas. A decisão do TJRJ atendeu a uma ação coletiva ajuizada pela Defensoria Pública.
"Uma sauna"
Dentro das casas, sem isolamento térmico e mal ventiladas, a situação só piora. Isso "gera uma sensação de sauna", diz André Cândido, morador da Rocinha.
Sob o sol quente do meio-dia, vários pedreiros suados combatem as altas temperaturas "bebendo muita água" e tomando banho de mangueira quando podem, conta Kleber Vital, um desses trabalhadores.
Nem mesmo a noite dá trégua, devido à falta de energia elétrica, o que obriga Kleber a dormir com as portas e janelas abertas.
Os moradores da Rocinha vivem em casas baixas, com pequenas janelas e telhados metálicos, "realmente não são adequadas para uma condição de muito calor", analisa Denise Duarte, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
Benedito de Freitas, um marceneiro de 68 anos, conta que as falhas elétricas causam "muito sofrimento", citando casos de crianças e idosos que adoeceram com o calor ou passaram fome devido aos alimentos que estragaram em geladeiras inutilizadas pela falta de luz.
Com AFP
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