Conteúdo publicado há 5 meses

Funcionários do Metrô de SP confirmam nova greve para próxima terça (28)

O sindicato dos trabalhadores do Metrô de São Paulo anunciou que decidiu aderir à greve unificada na próxima terça-feira (28). Categoria é contra privatizações e terceirizações propostas pelo governo paulista.

O que aconteceu

Maioria dos funcionários votou a favor da paralisação. O sindicato realizou uma assembleia ontem para debater a greve conjunta entre os trabalhadores do Metrô, da Sabesp, da CPTM (Companhia de Trens Metropolitanos) e de outros órgãos estaduais.

Votação dos metroviários foi divulgada pela categoria na noite desta quinta-feira (23).

Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários, reiterou que a greve unificada é motivada, principalmente, pela política de privatização do governo paulista. "Tarcísio acelerou o processo de privatização. No Metrô e na Fundação Casa, através dos editais de terceirização, na Sabesp, com envio do PL que tramita em caráter de urgência na Alesp, e para Educação, impõe um corte de 10 bilhões", afirmou.

A representante da categoria ressaltou que a diretoria do sindicato propõe que o governador libere as catracas no dia 28 de novembro. "Os Metroviários desafiam o governador, se ele quer os trens e o metrô funcionando, então ele aceite a catraca livre".

Para Lisboa, as privatizações devem afetar serviços essenciais, como o fornecimento de água. O corte de 5% no orçamento da Educação, o leilão da Linha 7-Rubi da CPTM, marcado para 29 de fevereiro de 2024, também estão na pauta de reivindicações.

Hoje, funcionários da CPTM aprovaram o "estado de greve". Categoria vai realizar uma nova assembleia para decidir sobre a greve na próxima segunda-feira (27). Trabalhadores da Sabesp também vão votar para ratificar a paralisação na mesma data.

Funcionários da USP (Universidade de São Paulo) também aderiram à paralisação em apoio à greve de Metrô, CPTM e Sabesp. Decisão foi anunciada na sexta-feira (24) pelo sindicato da categoria.

Greves em 2023

Os funcionários do Metrô já cruzaram os braços três vezes este ano. Uma em março, por reivindicações trabalhistas e duas em outubro, contra o plano de privatizações do estado. Ao longo de 2023, também houve duas ameaças de interromper as atividades.

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Em outubro, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) reafirmou a intenção de privatizar as linhas remanescentes da CPTM e as linhas do Metrô administradas diretamente pela empresa pública. Segundo ele, o objetivo deve ser cumprido até o fim do mandato, em 2025. Outra possibilidade é uma sociedade com o setor privado pela gestão da empresa.

Tarcísio argumenta que o plano de privatização foi uma de suas principais plataformas na campanha de 2022 e tem sido amplamente discutido com a população.

Na greve do dia 3 de outubro, o governador classificou o movimento como "político", "ilegal" e "abusivo". Na ocasião, a Justiça do Trabalho determinou 100% de operação nos horários de pico, mas as categorias descumpriram a decisão.

Privatização da Sabesp avança na Assembleia de SP

O Congresso de Comissões da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovo, na quarta-feira (22), o relatório do deputado estadual Barros Munhoz (PSDB) sobre o projeto de lei (PL) que prevê a privatização da Sabesp. O relatório recebeu 27 votos favoráveis e 8 contrários. O tema segue agora para plenário.

No esforço do governo para acelerar a tramitação do projeto, além do regime de urgência, sua passagem pelas comissões na Assembleia ocorreu em um congresso dos colegiados - em vez de passar separadamente em cada um deles. Esse congresso inclui, entre outras, as comissões de Constituição, Justiça e Redação e a de Finanças, Orçamento e Planejamento.

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No plenário, a previsão do governo é votar o projeto ainda nas próximas semanas. Para ser aprovado, o PL precisa de 48 votos do total de 94 deputados. Para a oposição, o quórum é favorável para o governador Tarcísio de Freitas.

*Com Estadão

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