Greve do Metrô: Justiça determina 80% de funcionários em horário de pico
O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou que 80% dos funcionários do Metrô trabalhem durante o horário de pico na greve prevista para amanhã (28).
O que aconteceu
Decisão que determina os percentuais de funcionários do Metrô que devem trabalhar durante paralisação saiu no início da tarde de hoje. O TRT decidiu que, fora horário de pico, 60% devem continuar em seus postos de trabalho. A decisão, assinada pelo desembargador Marcelo Freire Gonçalves, determina multa diária de R$ 700 mil ao sindicato dos metroviários caso a determinação seja descumprida.
Em relação à CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a Justiça determinou que 85% do efetivo trabalhe nos horários de pico (4h às 10h e 16h às 21h), e 60% atue nos demais intervalos durante esta terça. A multa para o sindicato dos ferroviários é de R$ 600 mil por dia, em caso de descumprimento da medida.
Sobre a Sabesp, o TRT decidiu que os empregados deverão manter disponíveis 70% do contingente ligado à prestação de serviços essenciais de saneamento básico, tratamento e abastecimento de água, bem como esgoto. A multa diária é de R$ 30 mil se a decisão for desrespeitada.
Porém, por meio de nota, a assessoria de imprensa da companhia de saneamento afirmou que obteve uma liminar na Justiça que obriga 80% do efetivo funcionando durante a greve. Além disso, a Sabesp disse que tem um plano de contingência que prevê 100% do efetivo nas atividades essenciais para minimizar o impacto na população.
Determinação da Justiça atendeu parcialmente pedido do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele havia pedido 100% dos funcionários nos horários de pico, e 80% no restante do dia.
Procurado pelo UOL, o vice-presidente do sindicato dos metroviários, Narciso Soares, disse que a categoria só vai se manifestar após a audiência de conciliação no TRT, marcada para as 15h45. "Lamento que a decisão tenha sido tomada antes de uma conversa", acrescentou a presidente da entidade, Camila Lisboa.
O governo de Tarcísio de Freitas diz que a paralisação tem "interesse político". "A pauta principal dos sindicatos não está ligada a causas trabalhistas", afirmou a gestão estadual, em nota.
Sindicato dos Metroviários rebateu crítica e atacou "modelo privatista". "Mesmo com mais dinheiro, apresenta maiores falhas, dando prejuízo tanto ao estado quanto à população", publicou a entidade nas redes sociais.
Greve unificada é contra privatizações
O sindicato dos trabalhadores do Metrô de São Paulo anunciou que decidiu aderir à greve unificada na semana passada. A categoria é contra privatizações e terceirizações propostas pelo governo paulista.
Categoria pede a liberação de catracas para que os funcionários continuem trabalhando. "Solicitamos via ofício a prefeitura e o governo do estado uma reunião para debater o funcionamento da cidade durante esse dia de protestos, também no intuito de que a população possa transitar", disse Camila Lisboa, presidente dos metroviários, ao UOL.
Há uma reunião entre o sindicato e o governo estadual às 17h de hoje.
Paralisações em 2023
Os funcionários do Metrô já cruzaram os braços três vezes este ano. Uma em março, por reivindicações trabalhistas e duas em outubro, contra o plano de privatizações do estado. Ao longo de 2023, também houve duas ameaças de interromper as atividades.
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Quero receberEm outubro, Tarcísio reafirmou a intenção de privatizar as linhas remanescentes da CPTM e as linhas do Metrô administradas diretamente pela empresa pública. Segundo ele, o objetivo deve ser cumprido até o fim do mandato, em 2025. Outra possibilidade é uma sociedade com o setor privado pela gestão da empresa.
O governador argumenta que o plano de privatização foi uma de suas principais plataformas na campanha de 2022. Segundo ele, isso tem sido amplamente discutido com a população.
Na greve do dia 3 de outubro, o governador classificou o movimento como "político", "ilegal" e "abusivo". Na ocasião, a Justiça do Trabalho determinou 100% de operação nos horários de pico, mas as categorias descumpriram a decisão.
*Com Estadão Conteúdo
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