Ação prende 19 pessoas no Brasil e Paraguai por venda de armas para facções
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em ação conjunta com órgãos paraguaios fazem uma operação contra um grupo suspeito de vender 43 mil armas para facções brasileiras.
O que aconteceu
Ao todo, 19 pessoas foram presas até o fim da manhã: 5 no Brasil e 14 no Paraguai, informou o ministro da Justiça, Flávio Dino. Trinta e oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Brasil e outros 21 no país vizinho. Os cinco presos no Brasil estavam nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
O principal alvo é o argentino Diego Hernán Dirísio, apontado pela PF como um dos maiores contrabandistas da América do Sul. Ele é suspeito de crimes como tráfico de armas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Policiais fizeram buscas na casa dele em Assunção, capital do Paraguai, mas ele não foi encontrado até o começo da tarde.
Centenas de armas foram encontradas no cumprimento dos mandados. Algumas delas estavam em depósitos, ainda dentro de caixas, no Paraguai. O número pode chegar aos milhares, estimou o ministro.
A PF identificou que o grupo comprava pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições de fabricantes da Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia. Segundo a PF, o esquema de tráfico ilícito de armas de fogo movimentou R$ 1,2 bilhão em três anos.
As armas eram importadas da Europa por uma empresa sediada no Paraguai, onde eram raspadas e entregues a grupos de intermediários que atuavam na fronteira do Brasil. As armas eram revendidas às principais facções brasileiras.
As facções usavam empresas de fachada nos Estados Unidos para pagar à importadora de armas. A importadora, por sua vez, usava outras empresas de fachada para pagar as fornecedoras, informou a PF.
As investigações começaram em 2020, quando pistolas e munições foram apreendidas no interior da Bahia.
A operação de hoje foi feita pela PF da Bahia em parceria com o MPF e cooperação internacional da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai e do MP do Paraguai. Também houve participação da Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições.
Essa ação com o Paraguai fará com que as duas maiores facções brasileiras, que eram as destinatárias principais desses armamentos ilegais, tenham o fechamento dessa via logística para a realização das suas operações. É algo que tem um impacto muito forte no Brasil e no Paraguai.
Ministro Flávio Dino
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