Médico que sobreviveu a atentado no Rio já fez 5 cirurgias: 'Superação'
Daniel Sonnewend Proença, o único dos quatro médicos que sobreviveu ao ataque a tiros na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, já fez cinco cirurgias desde o ataque e ainda deve fazer mais duas. "Todo dia tem que ser uma superação", disse ao Fantástico, da TV Globo.
O que aconteceu
O médico contou que faz fisioterapia todos os dias desde o ataque, há cerca de dois meses e meio. As próximas cirurgias devem ser para retirada da bolsa de colostomia e mais uma correção ortopédica.
"Entende-se um pouco mais da brevidade da vida, todos esses fatores que às vezes assustam um pouco mais e mudou que todo dia está sendo exigido muito de mim. Está sendo todo dia uma reabilitação. A gente sabe que tem dias bons, dias piores", disse.
Daniel afirmou que, no momento do atentado, confundiu o som dos tiros com o barulho de fogos pela classificação do Fluminense à semifinal da Libertadores. "Quando eu comecei a virar, protegendo meu rosto com a mão direita pra me jogar no chão, para sair do nível dos fogos, comecei a sentir muita dor no braço direito, em vários lugares. Aí, eu caí no chão."
O sobrevivente também contou que viu seus amigos e colegas de medicina serem mortos pelos criminosos. "O Perseu, vi ele tentando fugir, aí, infelizmente, o executor esticou o braço direto e disparou alguns tiros, ele parou de se mexer, e eles foram embora. O Diego começou a gritar."
Apesar da dor, o médico ainda conseguiu realizar uma autoconsulta para avaliar as lesões após os tiros. "Tentei forçar vômito, para ver se tinha alguma perfuração abdominal. Eu via o sangue escorrendo pelo meu corpo. Eu sabia que possivelmente essa seria a principal causa daquele momento da minha luta pela vida".
Daniel levou um tiro no pé esquerdo, na perna esquerda, tiros no braço, no ombro esquerdo, mais o tiro que passou em raspão em uma mão, atingindo todos os ligamentos.
Relembre o caso
Marcos de Andrade Corsato, 62, Daniel Sonnewend Proença, 33, Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, e Perseu Ribeiro Almeida, 33, foram alvos do ataque a tiros, ocorrido em outubro na avenida Lúcio Costa.
Imagens de câmera de segurança mostram o momento em que os criminosos descem de um carro branco, aproximam-se das vítimas e atiram. Eles não roubam nenhum pertence e nenhum outro cliente do quiosque é ameaçado.
Um dos assassinados era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e cunhado do também deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
A Polícia Civil concluiu que os médicos foram mortos por engano porque um deles foi confundido com o alvo dos criminosos. Os assassinos dos médicos foram mortos horas após o ataque na Barra.
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