Herança acabou? Com quem ficou a fortuna do casal Richthofen
Andreas Von Richtofen, irmão de Suzane, corre o risco de perder vários bens deixados pelos pais, Manfred e Marísia von Richthofen. Ele se tornou único herdeiro do casal depois que a filha mais velha foi condenada a 40 anos de prisão pelo assassinato dos dois.
Em 2006, quatro anos depois do crime, Andreas ganhou o direito de ser o único beneficiário da fortuna de Marísia e Manfred, estimada em quase R$ 10 milhões à época. Na lista de bens havia carros, terrenos e seis imóveis, entre eles a mansão onde os pais do jovem foram assassinados. Ele tinha apenas 15 anos na data dos homicídios.
Andreas enfrenta ações por dívidas
Hoje, dois dos imóveis foram invadidos e outros estão quase sendo tomados pelo poder público. O doutor em química pela USP enfrenta 24 ações na Justiça de São Paulo por atraso em IPTU e condomínios, somando um calote de aproximadamente R$ 500 mil, segundo o jornal O Globo.
Corretores afirmam que já procuraram Andreas para falar sobre a venda das casas da família, mas ele recusou todas as ofertas. Uma das casas, a penúltima da família antes do crime, foi ocupada ilegalmente recentemente, depois de anos sem manutenção.
Outras duas casas herdadas por Andreas já passaram a ser de invasores por usucapião. As propriedades ficam no bairro de Campo Belo, em São Paulo. Os novos moradores ganharam o título de propriedade por usucapião, que se trata da aquisição de imóvel por posse prolongada, contínua, pacífica e sem oposição — o irmão de Suzane nunca reclamou os imóveis.
Pendências de IPTU somam mais de R$ 68 mil em apenas dois dos imóveis. A prefeitura da cidade de São Paulo processa Andreas por uma dívida de R$ 48.524,07 em IPTU da penúltima casa da família, referente aos anos de 2021 e 2022.
Um dos bens sob risco é o sobrado no Brooklin Paulista em que funcionava a clínica de psiquiatria de Marísia, que acumulava débito de R$ 20.170,17 até julho de 2023. Andreas chegou a morar no imóvel por alguns anos, época em que cursava farmácia e bioquímica na Universidade de São Paulo, entre 2005 e 2015.
Um vizinho da casa afirma que já impediu duas vezes que a casa fosse invadida e ajuda na manutenção do imóvel. O empresário Allan Zurita contou ao Globo que pega os boletos deixados pelos carteiros na caixa de correios, paga a conta da luz e manda limpar o mato que cresce nos buracos da calçada e rente ao portão. Ele tenta comprar a casa, mas não consegue contato com Andreas.
Amigos de Andreas afirmam que ele pretende manter os bens para "preservar a memória" dos pais, mas tem medo que sua irmã tenha acesso a eles. Isso porque o farmacêutico não é casado e não tem filhos, o que torna Suzane sua única herdeira.
O rapaz vive recluso e não é visto desde o início de 2023, quando Suzane ganhou liberdade completa. No início da pandemia, ele se refugiou em um sítio de São Roque, também herdado dos pais, e depois comprou outro sítio no mesmo município, de difícil acesso. Para não ser incomodado, ele vive sem telefone celular e internet.
Isolamento voluntário aumenta a possibilidade de Andreas perder seus bens, já que oficiais da Justiça de São Paulo não conseguem notificá-lo. Nos autos dessas ações, os procuradores do município de São Paulo afirmam que vão preparar ações para levar os imóveis da família a leilão, já que ele se recusa a quitar os débitos.
A advogada Maria Aparecida Evangelista, que defende Andreas desde a morte dos pais, afirmou ao UOL que ele e a família mantêm o posicionamento de não se manifestar sobre assuntos pessoais.
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