Oitiva de dono de oficina que modificou BMW onde jovens morreram é adiada
A Polícia Civil de Santa Catarina adiou o depoimento do dono da oficina que modificou a BWM onde quatro jovens morreram por asfixia.
O que aconteceu
A polícia aguarda envio de laudos que vão embasar a apuração do caso. Segundo a corporação, o delegado Vicente Soares, titular das investigações, vai remarcar os depoimentos após receber os documentos, disse a Polícia Civil.
Oficina nega que modificação matou jovens
A defesa da oficina disse que a troca de escapamento foi realizada por outra empresa. O advogado David Soares não informou, porém, o nome da terceirizada, nem quando ou onde a peça foi fabricada ou adquirida.
Mecânica é, na verdade, uma loja de "estética automotiva". Segundo o advogado, são serviços que incluem "uma lavagem especial, micro pinturas, entre tantos outros".
A customização
A polícia disse, na semana passada, que acreditava que a customização foi feita de forma "caseira". No momento, trabalha-se com a hipótese de indiciamento por homicídio culposo.
Medições detectaram concentrações de, no mínimo, 1.000 ppm (partículas por milhão) de monóxido de carbono dentro do carro. Para se ter uma ideia, a leitura em um carro sem adulteração é de 20 a 30 ppm, direto na saída do escapamento. Essa concentração, de 1.000 ppm, é suficiente para provocar inconsciência e levar à morte em um período entre uma e duas horas.
A modificação que trocou o catalisador do escapamento por um downpipe foi feita em Aparecida de Goiânia, em Goiás. O downpipe proporciona maior vazão do fluxo de gases, aumentando a rotação da turbina e assim conseguindo gerar mais potência para o carro.
Jovens morreram asfixiados
O sistema de escapamento da BMW havia sido adulterado, o que provocou o vazamento do gás tóxico para o interior do veículo. A explicação foi dada em entrevista coletiva após análise da Polícia Científica.
As vítimas ficaram entre três e quatro horas na rodoviária de Balneário Camboriú. Os quatro foram ao local para buscar a namorada de um deles, que vinha de ônibus de Minas Gerais.
A montadora não tem qualquer responsabilidade, concluiu a polícia. A modificação foi feita posteriormente, em uma oficina que não tem relação com a BMW.
Namorada disse que grupo que a esperava relatou enjoos e tonturas. Segundo ela, as vítimas decidiram ficar dentro do carro até que se sentissem melhor. Nesse período, eles ficaram o tempo todo com o ar-condicionado ligado.
Quem eram as vítimas
Os quatro mortos eram de Minas Gerais. Eles estavam morando em São José, na grande Florianópolis, há cerca de um mês.
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Quero receberAs vítimas foram identificadas como Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos, Tiago de Lima Ribeiro, 21, Karla Aparecida dos Santos, 19, e Nicolas Kovaleski, 16 anos.
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