Carrega mísseis e bombas: as aeronaves da FAB que interceptaram avião em RR

A FAB (Força Aérea Brasileira) interceptou um avião suspeito de tráfego aéreo ilícito a cerca de 110 km a oeste de Boa Vista (RR), em Terra Indígena Yanomami, ontem (29). As aeronaves E-99, R-99 e A-29 Super Tucano, usadas em missões de vigilância da Amazônia desde 2004, foram empregadas na missão.

Saiba mais sobre essas aeronaves:

A-29 Super Tucano

A-29 Super Tucano
A-29 Super Tucano Imagem: Força Aérea Brasileira/Sargento Johnson

O A-29 é a evolução do T-27 Tucano, que foi desenvolvido pela Embraer na década de 1980. O Super Tucano começou a ser operado no início dos anos 2000, e conta com versão para um e dois lugares, tendo mais de 250 unidades vendidas para 15 países.

Seu interior se equipara ao de outros aviões avançados, como o F-14 Tomcat e o F-15 Eagle. Além de mísseis e metralhadoras, o avião ainda consegue carregar bombas e equipamentos a laser para reconhecimento e marcação de alvos. Com 11,38 m de comprimento, a aeronave pesa 5.400 kg e pode atingir a velocidade máxima de 593 km/h.

Embora não atinja velocidades supersônicas como alguns caças, o Super Tucano se diferencia justamente por ser uma aeronave leve de ataque. Com isso, seu custo é bem menor em comparação com outros modelos do gênero.

É utilizado no território brasileiro em missões de treinamento, interceptação aérea e vigilância, além de ser usada pelo Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), popularmente conhecida como "Esquadrilha da Fumaça".

É o avião de ataque leve e treinamento mais moderno fabricado no país, e também conta com uma linha de montagem nos Estados Unidos, na Sierra Nevada Corporation. Apesar de ter sido desenvolvido para ataque leve e treinamento, devido à sua capacidade operacional, ele é considerado como avião de caça por seus operadores, como a FAB. Ele ainda pode exercer a função de reconhecimento, entre outras para as quais o modelo pode ser adaptado.

O valor de um A-29 novo gira em torno de US$ 10 milhões (R$ 49,6 mi), podendo chegar a US$ 30 milhões (R$ 148,8 milhões), em pacotes que incluem equipamentos avançados, treinamento, peças reserva, suporte operacional, entre outros.

Continua após a publicidade

E-99

22.fev.2023 - Avião radar usado pela FAB em área yanomami
22.fev.2023 - Avião radar usado pela FAB em área yanomami Imagem: Divulgação/FAB

São usados em operações de controle e defesa do espaço aéreo nacional para monitorar ameaças em tempo real. Aeronave tem 29,9 m de comprimento, pesa 24 toneladas e pode chegar à velocidade máxima de 955 km/h.

Uma característica marcante dessas aeronaves é a antena acima do corpo, que parece a alça de uma mala ou uma prancha de madeira. Essa peça faz parte de um sistema que consegue detectar alvos aéreos, como aviões que voam baixo para evitar radares em terra. As informações são transmitidas em tempo real para os centros de controle em solo.

Alto poder de detecção. Devido à curvatura do planeta, os radares em solo nem sempre conseguem detectar aeronaves que voam próximas ao chão, como é o caso dos aviões e helicópteros de garimpeiros e traficantes, por exemplo. Com o sistema embarcado no E-99, quanto mais alto ele voa, mais longe consegue detectar esses voos irregulares.

R-99

Continua após a publicidade
R-99
R-99 Imagem: Força Aérea Brasileira/Sargento Johnson

Os aviões R-99 têm como missão principal realizar reconhecimento aéreo, mapeando as regiões sobrevoadas por meio de câmeras, sensores e radares a bordo. Com medidas semelhantes ao E-99, a aeronave tem 29,9 m de comprimento, pesa 23,4 toneladas e pode chegar à velocidade máxima de 955 km/h.

Sua atuação permite identificar possíveis alvos de interesse, como acampamentos de garimpeiros, áreas de queimadas, zonas de desmatamento, entre outros. Esse trabalho ainda auxilia os órgãos de fiscalização ambiental na atuação na região sobrevoada.

Os equipamentos a bordo e os radares permitem a captura de imagens ópticas, multiespectrais e infravermelhas. Assim, mesmo algo que não seja visível a olho nu, como um acampamento dentro da vegetação, pode ser identificado devido à tecnologia utilizada.

Pode ficar até cerca de oito horas em voo. Geralmente, nessas aeronaves desse modelo podem voar quatro operadores dos sistemas de radar, quatro militares para revezamento na ação, além dos dois pilotos.

*Com Estadão Conteúdo e reportagens publicadas em 18/08/2021 e 13/03/2023

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.