PMs são flagrados cobrando propina em blitz e ocultando imagens das câmeras

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, na última terça-feira (27), três policiais militares flagrados cobrando propina em uma blitz da Lei Seca.

O que aconteceu

Imagens disponibilizadas pelo MPRJ mostram o momento em que os PMs manuseiam as câmeras dos uniformes para não serem filmados. A situação ocorreu em 2022, durante um plantão em apoio à Operação Lei Seca, em Guaratiba, na zona oeste do Rio.

Segundo o MPRJ, após a retirada das câmeras, os policiais cobravam dinheiro dos motoristas para liberá-los após terem sido pegos em irregularidades.

Com a guarnição de apoio posicionada próximo à tenda da Lei Seca, os PMs abordaram os carros e exigiram R$ 300 para não apreenderem o carro pela falta do Certificado de Registro de Licenciamento de Veículo (CRLV) físico.
Ministério Público do Rio de Janeiro

Nas imagens registradas pelas câmeras, é possível ver o momento em que um policial aborda um motorista e, em seguida, remove a câmera que deveria estar acoplada ao fardamento. A gravação é interrompida por 21 minutos e, assim que as imagens retornam, é possível ver o momento em que o policial pega algo diretamente das mãos de um rapaz, e o veículo é liberado.

Uma das vítimas denunciou a extorsão aos agentes da Lei Seca que comandavam a operação, uma vez que os policiais denunciados atuavam no suporte à blitz. O Ministério Público afirma que, após essa denúncia, os PMs foram confrontados pelos agentes e o dinheiro foi devolvido à vítima. Em seguida, o trio foi conduzido à 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar, onde as câmeras foram apreendidas.

Ainda segundo o MPRJ, é a primeira vez que a entidade oferece uma denúncia pelo crime de desobediência e concussão (obter vantagem indevida). O MPRJ requereu à Justiça o afastamento dos denunciados do serviço operacional.

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