PM mata mais dois em São Vicente; Operação Verão chega a 45 mortes
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou que mais duas pessoas foram mortas na Baixada Santista em ações da Polícia Militar durante a Operação Verão. Com isso, o total de mortes da operação vai a 45.
O que aconteceu
Dois homens foram atingidos após um suposto confronto com os agentes. A SSP diz que, ao apurarem uma denúncia de um "grupo armado" na Rua João Ribeiro, em São Vicente, os agentes foram "recebidos a tiros".
Homens ainda não foram identificados, disse SSP. A secretaria não esclareceu quantos agentes participavam da ação e se houve alguma prisão consequente da investigação do grupo armado.
Eles foram socorridos pelo Samu e levados ao hospital, mas morreram. A Prefeitura de São Vicente confirmou que uma ambulância levou os dois homens ao Hospital do Vicentino. O atendimento ocorreu em conjunto com o Corpo de Bombeiros, afirmam.
Registro foi de "morte decorrente de intervenção policial" e "legítima defesa". Também houve anotação de tráfico de drogas e tentativa de homicídio —segundo a SSP, os policiais teriam encontrado "dois revólveres, uma mochila com drogas e um rádio comunicador" com a dupla.
Operação gera denúncia na ONU
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) lançou a Operação Verão em dezembro de 2023 para reforçar o policiamento de 16 municípios do litoral paulista durante a alta temporada. Uma segunda fase foi lançada no dia 7 de fevereiro, após o assassinato de dois policiais militares. Entretanto, a ação violenta da polícia na região é alvo de denúncias da Defensoria Pública de São Paulo, a Ouvidoria da Polícia e de entidades de direitos humanos.
A ação é a mais letal das forças de segurança desde o massacre do Carandiru. Segundo as denúncias encaminhadas ao Ministério Público, foram registrados casos de tortura, assassinatos e mudanças em cenas de crime durante as ações da Polícia Militar.
Um levantamento da Ouvidoria indica que ao menos 27 vítimas eram negras. Com base no relato de testemunhas, o órgão relata casos de abuso de autoridade, tortura, omissão de socorro e assassinatos no documento.
O governador de São Paulo foi denunciado no Conselho de Direitos Humanos da ONU pela violação de direitos básicos e a alta letalidade policial. A denúncia foi realizada pela Conectas Direitos Humanos e a Comissão Arns. As instituições brasileiras também cobram o uso das câmeras corporais pelos policiais, além da investigação e punição dos responsáveis por abusos durante as operações.
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