Conteúdo publicado há 10 meses

Operação mira empresas de ônibus que seriam ligadas ao PCC; 6 são presos

O MP faz hoje a Operação Fim da Linha contra empresas de ônibus de São Paulo suspeitas de ligação com a facção criminosa PCC. Até o momento, seis pessoas foram presas.

O que aconteceu

A operação mira empresários da UPBUs e TransWolff. Segundo o MP, as "organizações criminosas" lavam dinheiro do tráfico de drogas, roubos e outros ilícitos.

São quatro mandados de prisão e 52 de busca e apreensão. A Justiça determinou bloqueio de mais de R$ 600 milhões em patrimônio. Em um dos imóveis, os agentes encontraram fuzis, dinheiro e joias. 41 alvos são da cidade de São Paulo e os demais são de Barueri, Cotia, Guarujá, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Itaquaquecetuba, Itu, Mauá, Santana de Parnaíba, São Bernardo do Campo e São José dos Campos.

Entre os presos hoje estão Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como "Pandora", dono da Transwolff, e Robson Flares Lopes Pontes, dirigente da Transwolff. O primeiro foi detido em casa, enquanto o segundo estava na garagem da empresa. A polícia também prendeu Joelson Santos da Silva. Silivio Luis Ferreira, da UPBus, ainda não foi encontrado.

Outro homem foi preso em flagrante por porte ilegal de armas. Elio Rodrigues dos Santos não era alvo da operação. A reportagem tenta contato com a defesa de todos os citados. O espaço está aberto em caso de manifestação.

A Receita Federal identificou a utilização de diversos esquemas tributários para lavagem de dinheiro do crime organizado. Mesmo em anos em que registravam prejuízos, as empresas alvo da operação distribuíam ganhos milionários a seus sócios, segundo a Receita.

A Receita Federal já identificou também que ao menos R$ 25 milhões em débitos de tributos federais foram objeto de compensações tributárias fraudulentas realizadas por uma das empresas. Após as compensações, a empresa conseguia obter Certidões Negativas de Débitos, documento indispensável para participar de licitações, prejudicando assim o caráter competitivo dos certames em que participava.
Nota da Receita Federal

A Receita Federal deu início, durante o cumprimento dos mandados, a 21 fiscalizações de pessoas físicas e jurídicas. Os contribuintes fiscalizados detêm, juntos, patrimônio total declarado de mais de R$ 148 milhões e movimentaram, apenas entre 2020 e 2022, mais R$ 732 milhões em suas contas correntes. A Receita Federal estima que serão lavrados autos de infração da ordem de R$ 200 milhões.

A UPBUs e Transwolff transportam quase 700 mil passageiros por dia na zona leste e sul de São Paulo. Não há impacto no funcionamento das linhas na manhã de hoje. "A operação está 100% ativa. As autoridades não retiveram os veículos na garagem, permitindo a saída de todos os ônibus", explicou o secretário executivo de Transporte de SP, Gilmar Pereira Miranda, em entrevista à TV Globo.

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Somente em 2023, a TW arrecadou quase R$ 748 milhões com o transporte de passageiros. Já a UPBus arrecadou mais de R$ 80 milhões. Os números constam em relatório do Ministério Público de São Paulo, obtido pelo UOL.

30 comentários

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Virgilio Vettorazzo

Felizmente temos órgãos operando com inteligência, contrastando com a milícia que o Tarcísio (Poste de Miliciano) está criando em SP. A política de Tarcísio mata policiais, mata civis e faz o suicídio de PMs aumentar. Tarcísio fala em nome de Deus, mas age em nome daquele cujo nome não pronunciamos.

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Murilo Carneiro de Camargo

Muito bom privatizar,Enel não dá conta da energia e provoca vários apagões,empresas concessionárias de linhas de ônibus caem nas mãos de crime organizado,fraude nas Americanas.

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Celio Vinicius Gatti

E a SPTrans fingindo de planta. A SPTrans precisa ser investigada tbm. É conivente com tudo isso. Prejudicado é o povo que paga caro e nao é bem atendido porque o onjetivo principal da SPTrans e esses comparsas não é o transporte e sim a dinheirama escorrendo pros bolsos. Nao tem um ônibus decente e que passe no horário.  Um dia a casa cai. 

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