Viatura da PM avança contra alunos durante protesto estudantil em SP

Vídeos mostram uma viatura da Polícia Militar avançando contra um grupo de estudantes que protestavam em uma escola na Brasilândia, zona norte de São Paulo. O caso foi registrado na segunda-feira (6). A Ouvidoria da PM abriu um procedimento e acompanha o caso.

O que aconteceu

Viatura quase atropela estudantes na calçada. Carro da PM acelerou em direção ao grupo e freou bruscamente antes de atingir os estudantes. Quando os alunos correm na direção contrária, a viatura dá ré e segue pelo mesmo caminho. Depois, a gravação é cortada.

Outro vídeo mostra aluno correndo de um PM. Ele pede socorro a um segurança de uma obra do Metrô. "Ele me ameaçou. Jogou spray e apontou a arma", diz o estudante.

O policial alcança o aluno e diz para ele "ficar de boa". "Não vou te bater. Você estava soltando bomba do lado da viatura".

Pelo menos um aluno ficou ferido na ação da polícia. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, alguns alunos jogaram pedras e outros objetos contra os policiais e danificaram uma viatura. A PM usou spray de pimenta para dispersar os alunos.

Alguns alunos foram apreendidos e liberados na presença dos responsáveis, diz a SSP. A PM diz que analisa as imagens e que "medidas cabíveis serão tomadas em caso de irregularidade dos agentes".

Bancada Feminista do PSOL na Câmara de SP fez denúncia na Ouvidoria da Polícia e acompanha o caso. Familiares de estudantes que participaram do protesto relataram à Bancada que estão com medo de sair à noite e frequentar o ambiente escolar.

Procurada pelo UOL, a Ouvidoria diz que abriu procedimento hoje. A Corregedoria e a Polícia Judiciária foram oficiadas para prestar informações sobre o caso dos alunos da Brasilândia.

Alunos são contra o fechamento de salas de aula na Escola Estadual João Solimeo. Eles temem que a escola encerre o ensino noturno para aderir ao modelo de ensino integral. A escola estava lotada no momento do ato e alunos carregavam cartazes: "Não somos brinquedo do governo. Estudantes têm direitos".

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Secretaria Estadual da Educação nega que houve fechamento de salas e diz que está à disposição dos responsáveis para esclarecimentos. "A E.E. João Solimeo está aberta ao diálogo e apoia a livre manifestação. Uma equipe do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva) acompanha o caso e está atuando na escola com ações para conscientização e mediação de conflitos com toda comunidade escolar".

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