Conteúdo publicado há 6 meses

Fala de Leite não tem sintonia com realidade que vivemos, diz prefeito

A declaração do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, sobre as doações ao estado, devastado pelas inundações, não tem sintonia com a realidade, afirmou o prefeito de Igrejinha, Leandro Horlle (PP), em entrevista ao UOL News nesta quarta (15).

Leite agradeceu pelos donativos, mas manifestou preocupação pelo impacto que elas podem causar ao comércio local. Após a repercussão negativa nas redes sociais, o governador divulgou um pedido de desculpas.

Esta fala, neste momento, não tem sintonia com a realidade que vivemos. É uma crítica construtiva que deve ser feita. As ajudas precisam vir. O comércio será abastecido de outra forma. Tendo emprego e poder de consumo, as pessoas vão voltar a consumir,

Se vier uma ajuda financeira do governo federal, será uma injeção direta no consumo. Essas pessoas não ficarão com esse recurso guardado para o futuro. Elas vão imediatamente ao comércio da cidade para comprar móveis, roupas, alimentos e todos os gêneros que precisarão para a subsistência diária.

Essas pessoas não têm estoque de comida e terão que comprar. Os donativos trazem coisas básicas, mas sabemos que isso é o necessário para a sobrevivência. Para ter uma vida digna, elas precisam de outras coisas que os donativos não trarão. Nesse ponto, o comércio indiretamente será abastecido. Leandro Horlle (PP), prefeito de Igrejinha (RS)

Horlle relatou que as inundações atingiram cerca de 25 mil pessoas em Igrejinha, sendo que 5.000 perderam tudo. Segundo o IBGE, a cidade tem 32 mil habitantes. O prefeito fez um apelo para que os brasileiros continuem enviando doações.

A preocupação inicial do município era de oferecer a essas pessoas um mínimo de dignidade: ter alimentação, um lugar para dormir e produtos de higiene pessoal. Essa é uma preocupação e continua sendo. A maioria já recebeu colchão; também tem chegado bastante roupa. São milhares de pessoas.

Continuem doando. É um pedido que eu faço. Não é uma situação que se resolverá em dez, quinze dias. Essas pessoas precisarão de assistência por mais tempo. Muitas perderão seus empregos e outras terão uma remuneração frágil e terão que gastar muito em coisas que não serão doadas. Leandro Horlle (PP), prefeito de Igrejinha (RS)

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Leite se diz "nem um pouco satisfeito" com indicação de Pimenta

Em conversa com aliados, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), demonstrou insatisfação com a indicação de Paulo Pimenta, atual ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), para coordenar a resposta às enchentes que devastaram o estado, disse o colunista Tales Faria no UOL News de hoje.

Apurei junto ao comando nacional do PSDB, com quem Eduardo Leite se comunicou, que ele não está 'nem um pouco satisfeito' com a indicação de Paulo Pimenta para a interlocução do governo federal sobre as enchentes.

Leite não quer um atrito com o governo federal a esta altura. Ele disse que vai esperar o presidente Lula chegar lá [no RS] para ver se isso se confirma. O que o espantou não foi só o fato de não ter sido comunicado antes, mas ele disse que não dá para ter dois comandos na enchente.

Diz o Lula que a indicação do Pimenta não irá desfazer a linha direta do governador com ele. Mas isso é algo que está criando esse atrito. Com o Lula lá, haverá uma conversa com o governador para aparar estas arestas. Tales Faria, colunista do UOL

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