Psicóloga suspeita de matar namorado no RJ ficará presa, decide Justiça
A Justiça do Rio de Janeiro manteve a prisão da psicóloga suspeita de matar o namorado com um brigadeirão envenenado.
O que aconteceu
Júlia Andrade Cathermol Pimenta, 29, passou por audiência de custódia na tarde desta quarta-feira (5). A mulher está presa na Cadeia Pública José Frederico Marques, no bairro Benfica.
A custodiada relatou que não sofreu agressões físicas no momento de sua prisão. "Sendo regulares o ato prisional e o mandado de prisão no caso concreto e não havendo requerimentos de mérito formulados pelas partes, não há nada a prover, restando mantida a prisão temporária", escreveu o juiz Alex Quaresma Ravache.
Vídeo obtido pelo UOL mostra o momento em que a suspeita deixou a 25ª DP (Engenho Novo). Ela ficou na carceragem da delegacia após se entregar à Polícia Civil por volta das 23h de ontem.
Com capuz na cabeça para cobrir parte do rosto, a psicóloga deixou a delegacia sem algemas e com as mãos para trás, acompanhada por uma policial civil. A advogada Hortência Menezes negociou ontem a rendição dela, pedindo para que os agentes não usassem algemas, e o pedido foi atendido pela corporação.
O que se sabe sobre o caso
Júlia era procurada pela polícia por suspeita de envolvimento na morte do namorado. Luiz Marcelo Antônio Ormond foi encontrado morto dentro do seu apartamento no Rio de Janeiro no dia 20 de maio. Vizinhos sentiram um cheiro forte vindo do apartamento e acionaram a polícia.
Dois dias após o corpo do empresário ter sido encontrado, Júlia prestou depoimento e foi liberada. O mandado de prisão foi expedido após a oitiva, mas a suspeita não havia sido mais localizada. Um cartaz com a foto da mulher chegou a ser divulgado pelo Disque Denúncia RJ para pedir informações sobre o paradeiro dela.
A Polícia Civil investiga se Júlia colocou um medicamento à base de morfina no doce que teria causado a morte do companheiro. Ela teria comprado o remédio duas semanas antes do crime. A suspeita surgiu após depoimento de Suyany Breschak, conselheira espiritual de Júlia, presa por suspeita de envolvimento no crime.
Defesa afirma que a suspeita está abalada psicologicamente. "É uma situação delicada, e precisa ser esclarecida. A Júlia está abalada psicologicamente. Ela está muito assustada, mas irá colaborar", disse a advogada Hortência Menezes.
"Embora seja uma psicóloga, tal fato não exclui que possa manifestar um transtorno mental", diz nota enviada pela defesa à imprensa. O texto enviado pela advogada Hortência Menezes ainda diz que Júlia exercia a sua profissão, tem bons antecedentes e família estruturada.
Houve uma negociação com a advogada para que ela se entregasse. Aí, foi indicado um local para que pudéssemos prendê-la. Em princípio, ela quis ficar calada. Gostaríamos de ouvi-la novamente, porque temos pontos importantes a esclarecer sobre a investigação do caso.
Marcos Buss, delegado responsável pela investigação do caso
Câmeras registraram vítima em elevador
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Quero receberLuiz havia sido visto pela última vez no dia 17 de maio. Câmeras de segurança registraram o momento em que Luiz e Júlia deixam a piscina e entram no elevador. As imagens mostram que ele segura um prato. Ela, uma garrafa de cerveja. Em determinado momento, eles se beijam.
O corpo do empresário foi encontrado no sofá do apartamento. O imóvel fica localizado no Engenho Novo, na zona norte do Rio. Conforme o laudo do Instituto Médico Legal, o homem morreu de três a seis dias antes de o corpo ser encontrado. A causa da morte ainda não foi revelada.
Júlia teria permanecido no apartamento da vítima por dias. "Ela teria permanecido no apartamento da vítima com o cadáver por três ou quatro dias. Lá, teria dormido ao lado do cadáver, se alimentado, descido para a academia, se exercitado", disse o delegado Marcos Buss. Para a polícia, o crime foi premeditado e teria interesse financeiro.
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