Conteúdo publicado há 1 mês

Caso do brigadeirão: motivação da suspeita seria econômica, diz delegado

A namorada suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond teria cometido o crime por questões financeiras, segundo o delegado Marcos Buss, responsável pelo caso. A vítima foi encontrada morta no próprio apartamento, em Engenho Novo, na zona norte do Rio.

O que aconteceu

Linha de investigação atual da Polícia Civil é de homicídio qualificado. Até o momento, segundo relato de Buss ao RJ2 (TV Globo), as qualificadoras que a polícia aponta no crime seriam por motivo torpe (fútil) e emprego de veneno.

Delegado acredita Julia teria matado a vítima para ficar com os bens do empresário. Ela ainda teria ficado no apartamento com o corpo por ao menos dois dias antes do cadáver ser localizado. "A motivação [do crime] é econômica", reitera o delegado.

Polícia recebeu informações que Júlia estava em processo de formalizar uma união estável com a vítima. "Em determinado momento, nos parece que a vítima desistiu da formalização dessa união e isso até robustece a hipótese de homicídio e não latrocínio [roubo seguido de morte] puro e simples porque o plano inicial me parecia ser realmente eliminar a vítima depois que essa união estável tivesse formalizada."

Amigo diz que Luiz afirmava que as brigas do casal eram constantes. Sob anonimato, ele contou à emissora que o empresário tinha "medo de se casar por causa dos bens dele e tudo mais, com medo de separar" e ter que dividi-los com alguma companheira.

A emissora conseguiu entrar no apartamento e mostrou a residência quase vazia e o quarto da vítima completamente revirado.

O UOL tenta contato com a defesa de Júlia. O espaço segue aberto para manifestação.

Casal teria começado a morar junto em abril

Em depoimento, antes de ter a prisão decretada, Julia relatou que tinha um relacionamento "esporádico" com Luiz desde 2013. Porém, na versão dela, apenas em 19 de abril ela foi morar com ele. Em 24 de abril, o empresário trocou o status do relacionamento para "casou" em uma rede social. A partir do dia 25 do mesmo mês, a mulher contou ter começado a perceber que o namorado "dormia demais e que não saía mais de casa".

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Ela ainda contou ter decidido se separar após ter descoberto que Luiz conversava com outras mulheres em sites de relacionamento enquanto ela dormia. Por isso, continuou Júlia, o relacionamento durou menos de um mês após a ida dela para a casa do homem. A mulher ainda relatou que foi embora no dia 20 de maio após o empresário ter feito café da manhã para ela —o corpo dele foi encontrado no mesmo dia, em avançado estado de decomposição. A perícia indicou que a morte pode ter ocorrido entre três a seis dias antes de o cadáver ser achado, o que diverge da versão da foragida.

A causa da morte ainda não foi revelada, porém, os investigadores acreditam que Luiz comeu um "brigadeirão" envenenado. No dia 17 de maio, câmeras de segurança flagraram o empresário pela última vez com vida no condomínio. Ele estava com Júlia no elevador e carregava um prato que poderia conter o doce com o veneno.

Entenda o caso:

Júlia Andrade Cathermol Pimenta, 29, é procurada pela polícia por suspeita de envolvimento na morte do namorado. Luiz Marcelo Antônio Ormond foi encontrado morto dentro do seu apartamento no Rio de Janeiro no dia 20 de maio. Vizinhos sentiram um cheiro forte vindo do apartamento e acionaram a polícia.

Ele havia sido visto pela última vez no dia 17 de maio. Câmeras de segurança registraram o momento em que Luiz e Júlia deixam a piscina e entram no elevador. As imagens mostram que ele segura um prato e ela uma cerveja. Em determinado momento, eles se beijam.

O corpo do empresário foi encontrado no sofá do apartamento. O imóvel fica localizado no Engenho Novo, na zona norte do Rio. Conforme o laudo do Instituto Médico Legal, o homem morreu de três a seis dias antes de o corpo ser encontrado. A causa da morte foi inconclusiva. As informações são do RJTV, da TV Globo.

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Júlia teria permanecido no apartamento da vítima por dias. Para o delegado Marcos Buss, o caso é "aberrante" e evidencia extrema "frieza". "Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima com o cadáver por cerca de três a quatro dias. Lá, ela teria dormido ao lado do cadáver, se alimentado, descido para a academia, se exercitado", disse. Para a polícia, o crime foi premeditado.

Outra mulher foi presa na quarta-feira (29) por suspeita de envolvimento no crime. Suyany Breschak, que seria conselheira espiritual de Júlia, foi detida em Cabo Frio (RJ) e transferida para a capital. Ela é suspeita de ajudar foragida a vender alguns bens do empresário. Na quinta-feira (30), a Justiça manteve a prisão de Suyany.

Em depoimento, Suyany disse que Júlia teria matado o namorado com um "brigadeirão" envenenado. Ela ainda relatou que Júlia seria garota de programa e tinha uma dívida de R$ 600 mil com ela. A presa ainda contou que teria ajudado a sumir com alguns pertences da vítima. Além dela, um homem que teria comprado bens do empresário foi preso em flagrante por receptação.

O UOL tenta contato com a defesa das duas suspeitas de envolvimento na morte de Luiz Marcelo. O espaço segue aberto para manifestação.

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