MP denuncia donos e médicos da Prevent Senior por mortes durante a pandemia
![28.set.2021 - Fachada de prédio da Prevent Senior na região do Paraíso, na zona sul de São Paulo 28.set.2021 - Fachada de prédio da Prevent Senior na região do Paraíso, na zona sul de São Paulo](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/f2/2021/09/30/28set2021---fachada-de-predio-da-prevent-senior-na-regiao-do-paraiso-na-zona-sul-de-sao-paulo-1633028091308_v2_450x600.jpg)
O Ministério Público de São Paulo denunciou Eduardo e Fernando Parrillo, além de outros diretores da Prevent Senior, por mortes de clientes durante a pandemia.
O que aconteceu
Rede teria colocado saúde de pacientes em risco. A investigação do MP avaliou que a Prevent Senior aplicou remédios para doenças mais graves e sem benefício comprovado para a covid-19 em pacientes que sofriam da doença. Um desses é a fluatamida, um remédio experimental para câncer de próstata, usado em mais de 20 mil pacientes.
Prevent Senior aplicou remédios sem comprovação. Cloroquina, ivermectina e hidroxicloroquina são exemplos de medicações usadas pelo plano que não apresentam eficácia nenhuma comprovada no combate contra a covid-19.
Acusados foram investigados por homicídio culposo, omissão de notificação de doença e crime de perigo (quando se põe em perigo a vida do outro). A última denúncia se dá pela distribuição de kits para covid-19 nas casas de clientes, de maneira indiscriminada e, por vezes, sem consulta presencial.
Médicos também devem passar por audiências. Segundo o MP, alguns participaram de condutas que levaram a morte de pacientes durante a pandemia, como a administração de medicamentos sem eficácia comprovada. Além disso, em três dos atestados de óbito de sete pacientes, não está exposto que a causa da morte foi covid-19, o que categoriza como omissão de notificação de doença.
Cinquenta e nove famílias de pacientes procuraram MP. Entretanto, apenas 7 denúncias foram para frente. As outras 52 foram arquivadas pelo órgão. "Não conseguimos estabelecer nexo de causalidade do tratamento dispensado com a morte do paciente", disse o promotor Everton Zanela. Em casos de possível violação ética, o CREMESP foi acionado.
De 13 mil que receberam kits [de covid], 240 pacientes são comuns: receberam o kit em casa, morreram na rede depois. Agora, se eles morreram por causa do kit a gente não tem como saber. Então colocamos como crime de perigo, a saúde foi colocada em risco.
Promotor Everton Zanela, do MP-SP
A Prevent Senior informou que não foi citada sobre a denúncia e que seus colaboradores jamais cometeram nenhum crime. "A empresa sempre respeitou e colaborou com os promotores, mas reitera que seus médicos, funcionários e sócios sempre agiram para atender da melhor forma pacientes e beneficiários e jamais cometeram crimes, o que ficará comprovado no âmbito judicial no exercício do contraditório", diz a nota enviada pela rede.
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