Por que inverno será mais quente que o normal em algumas regiões do país
O inverno está chegando, mas a expectativa é de que ele seja menos frio em algumas regiões do que nos anos anteriores.
Apesar do fenômeno La Niña, os bloqueios de massas de calor deverão fazer as temperaturas médias deste ano subir até 3ºC a mais que o normal em alguns lugares. No entanto, a expectativa é de que o inverno seja "típico" para a maior parte do Brasil.
Como será o inverno?
Massas de ar quente e seco devem predominar no Centro-Oeste, fazendo os termômetros subirem. Essa massa de ar deve agir como um bloqueio ao avanço das frentes frias. Assim, as temperaturas dessa e de outras regiões do país podem oscilar entre 1ºC e 3ºC acima do normal, segundo o meteorologista Vinícius Lucyrio, da Climatempo. No Norte e no Nordeste, por outro lado, a ação desses bloqueios é inexpressiva.
Praticamente todas as regiões oceânicas do planeta, exceto algumas áreas, aqueceram e estão com temperaturas acima da média. Então, nesse primeiro momento, entre junho, julho e agosto, teremos o domínio de grandes massas de ar quente e seco sobre vastas áreas do país, como centro-oeste e sul-oeste, e essas massas de ar seco, por vezes, atuam como bloqueios, impedindo o avanço de frentes frias pelo interior do Brasil. Vinícius Lucyrio, meteorologista da Climatempo
Já no Sul e Sudeste, as frentes frias devem avançar. A expectativa é a de que essas massas de ar façam os termômetros caírem.
Podemos ter temperaturas bem mais frias em agosto, principalmente na região Sul, com o avançar do La Niña. Daniella Ferreira, meteorologista do InMet
A chegada do La Niña
El Niño, que está em fase de neutralidade, dará espaço a um novo fenômeno: La Niña. Enquanto o El Niño é responsável pelo aquecimento anômalo das águas do Pacífico Equatorial, o La Niña é justamente o oposto: o esfriamento. Ela deverá se desenvolver gradualmente até agosto, quando estará efetivamente instalada. No entanto, a partir de julho, ela já começa a interferir na atmosfera. Além disso, diferentemente do El Niño, La Niña dura mais tempo e é menos intenso.
La Niña trará tempo seco e ameno para o Sul do Brasil e mais chuvas para o Norte e Nordeste. Segundo Ferreira, podem ocorrer chuvas no Sul, mas elas tendem a ser passageiras. Já Lucyrio antecipa que as frentes frias levarão temperaturas mais baixas para essa região.
Principalmente Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem ter um aumento na frequência de frentes frias, com mais dias frios que no ano passado. As temperaturas vão refletir isso, ficando um pouco abaixo da média histórica. Mas no Mato Grosso do Sul, norte do Paraná, São Paulo e demais regiões mais ao norte do território, as temperaturas serão mais altas do que o normal, e eventualmente com alguns dias de frio intenso, ali pegando região sul-oeste e centro-oeste. Vinícius Lucyrio , meteorologista da Climatempo
Mesmo com La Niña, inverno deve ser 'típico'. A expectativa é de que não ocorram tantos eventos climatológicos considerados anormais para a época.
Será um inverno típico. Terão dias de calor, mas concentrado nessa parte central. Mas ainda enfrentaremos aquele friozinho de inverno. Os impactos do La Niña só sentiremos mesmo na primavera e no verão. Daniella Ferreira, meteorologista do InMet
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