Justiça condena três por morte de juiz durante assalto em PE
A Justiça de Pernambuco condenou nesta segunda-feira (10) três homens pela morte do juiz Paulo Torres Pereira da Silva, 69, assassinado a tiros durante um assalto no município de Jaboatão dos Guararapes (PE), em outubro de 2023.
O que aconteceu
Os três foram condenados por latrocínio (roubo seguido de morte). Marcus Vinícius Santana da Silva (25 anos de prisão) e Kauã Vinícius da Rocha (24 anos e seis meses de prisão) também foram condenados por adulteração de sinal identificador de veículo e corrupção de menores. Já Yure Romenique Alves da Silva pegou 26, sendo considerado culpado também por adulteração de sinal identificador de veículo, corrupção de menor e receptação.
Marcos e Kauã confessaram. O primeiro confessou o crime em juízo e disse que foi o autor do tiro que matou o magistrado, enquanto o segundo planejou o crime. Por confessar, a dupla teve a redução da pena. A decisão, obtida pelo UOL, foi da juíza Roberta Barcala Baptista.
Dois homens presos durante as investigações do caso foram absolvidos. Em abril, o Ministério Público havia pedido a absolvição dos dois. As medidas cautelares que ambos cumpriam após serem soltos da prisão foram revogadas na decisão.
Além desses cinco homens, um adolescente de 17 anos também foi apreendido, em outubro, por suspeita de envolvimento no caso. O nome e mais informações da suposta relação dele no crime não foram divulgados pela Justiça, em respeito ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Os três condenados — que estão presos em regime fechado — ainda podem recorrer da decisão. Porém, o judiciário decidiu que eles não podem entrar com recurso em liberdade. A reportagem tenta contato com as defesas dos condenados. O espaço segue aberto para manifestação.
Relembre o caso
Paulo Torres Pereira da Silva foi assassinado na noite de 19 de outubro de 2023, a 300 metros do apartamento onde ele morava. A família também relatou não ter sentido falta de nenhum pertence do magistrado após o crime. O celular, toalha e uma garrafa de água que ele costumava levar para fazer caminhada na praia do Paiva, em Cabo de Santo Agostinho, foram encontradas no carro.
Paulo Torres Pereira da Silva morava com a esposa e os filhos. Paulão, com era conhecido, era juiz havia 34 anos e em várias oportunidades atuou como desembargador substituto. Ele não tinha o hábito de andar armado.
Juiz foi morto com um tiro na cabeça. O disparo atingiu próximo ao ouvido esquerdo da vítima, disse a delegada Euricélia Nogueira, em outubro.
Kauã e os outros dois homens, agora absolvidos, foram presos em flagrante no dia 23 de outubro. A prisão do trio ocorreu porque eles foram encontrados por policiais civis, logo após o crime, na posse do veículo utilizado para cometer o latrocínio. No automóvel, que tinha a placa clonada, havia materiais usados para a adulteração de veículo.
Já Yure foi preso preventivamente no dia 27 de outubro. Enquanto Marcus Vinícius foi preso por tempo indeterminado em 7 de novembro.
A vítima deixou três filhos, duas netas e sua esposa.
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