Detida em operação que invadiu casa errada em GO vai para prisão domiciliar
A advogada Jennifer Nayara, que foi presa durante operação da Polícia Civil de Goiás que invadiu a casa errada, deixou a cadeia na sexta-feira (7) e agora está em prisão domiciliar.
O que aconteceu
Tribunal de Justiça de Goiás acolheu pedido da defesa para converter a prisão preventiva em domiciliar. Os advogados justificaram que ela não é suspeita de ter cometido crime que envolva violência ou ameaça à sociedade, além de ter uma filha de 5 anos, que requer a atenção e os cuidados da mãe, visto que o pai da criança sofre de problemas psiquiátricos graves.
Jennifer é investigada pela Justiça por suspeita de levar informações para criminosos em uma unidade prisional de Goiás. A advogada deve usar tornozeleira eletrônica e está proibida de se ausentar da comarca de origem sem comunicação e autorização da Justiça, além de ser obrigada a comparecer periodicamente em juízo.
Relembre o caso
A Polícia Civil de Goiás invadiu uma casa por engano em Aparecida de Goiânia em abril. Os moradores gravaram a ação e acusaram os agentes de entrarem na casa errada. Os agentes arrombaram o portão do imóvel, que fica no bairro Jardim Industrial.
Ao entrar, uma policial apontou uma arma para a mulher que gravava a invasão. No vídeo, é possível ver uma policial mandando a moradora ficar quieta e impedindo que ela, sob a mira de uma arma, saísse da casa.
Ao mostrarem o mandado judicial, os policiais anunciaram o nome de uma mulher que, segundo os moradores, não vive ali. "Vocês bateram na casa errada", rebate a moradora.
O Deic (Delegacia Estadual de Investigações Criminais) tinha autorização para entrar na residência, segundo a PCGO. "O mandado de busca e apreensão foi cumprido no endereço correto, constante da ordem judicial, o qual foi obtido mediante investigação técnica, baseada em elementos decorrentes de quebra de sigilo telemático e vigilância policial in loco", afirma a nota.
Os policias civis teriam chegado ao endereço às 6h da manhã. Após chamarem os moradores "por diversas vezes", afirma, eles "recusaram-se a abrir o portão, claramente cientificados de que a polícia encontrava-se à frente para cumprirem ordem judicial".
Após a desobediência reiterada dos moradores, houve a necessidade de entrada forçada na residência, sendo exigida, em seguida, a contenção dos ânimos.
Polícia Civil de Goias, em nota
A polícia alega que "havia uma ligação entre a casa objeto da busca e a pessoa que se buscava prender". "Tanto é, que esta foi presa em frente à residência citada no mandado judicial", segue a justificativa.
Jennifer é apontada pela Polícia Civil de Goiás como uma espécie de informante para traficantes. Ao UOL, o advogado da suspeita, Jean Fillipe Alves, explicou que ela foi detida em um desdobramento da operação Veritas, deflagrada em 2022, que investiga advogados suspeitos de levarem informações para criminosos.
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