Defesa: Júri de bolsonarista que matou petista é transferido para Curitiba

A Justiça decidiu transferir para Curitiba o júri popular do caso envolvendo o bolsonarista acusado de matar um petista.

O que aconteceu

Informação foi repassada pela defesa do réu, o ex-policial penal Jorge Guaranho, nas redes sociais. O pedido para transferência do julgamento era uma demanda dos advogados de defesa.

Inicialmente, o caso seria julgado em Foz do Iguaçu, cidade onde ocorreu o crime. Segundo a defesa de Guaranho, ainda não foi definida a data do júri.

"Decisão é fundamental para assegurar um júri equilibrado e imparcial", diz nota enviada pelos advogados do réu. "A medida visa prevenir quaisquer influências externas que possam comprometer a equidade do julgamento, reforçando, assim, as garantias legais e constitucionais de Jorge Guaranho", diz o texto.

O UOL entrou em contato com o TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) e aguarda o retorno. Se houver, o texto será atualizado.

Segundo a denúncia do MP (Ministério Público), Guaranho disse que "petista vai morrer tudo" antes de atirar. O atirador cometeu o crime após invadir uma festa temática do PT do guarda municipal Marcelo Arruda, que comemorava o seu aniversário de 50 anos, em julho de 2022.

Defesa descarta motivação política e vai pedir absolvição. Os representantes legais de Guaranho alegam que o policial penal agiu em legítima defesa, já que Arruda estava com a arma em punho quando o atirador invadiu a festa onde ocorreu o crime.

Pena pode chegar a 30 anos de prisão. Caso o júri acolha a denúncia de homicídio qualificado, a pena pode variar de 12 a 30 anos de prisão. Se houver o entendimento de que ocorreu homicídio simples, o réu pode ser condenado de 6 a 20 anos. No mês passado, Guaranho foi demitido do cargo de policial penal por Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública.

O que dizem os envolvidos

Recentemente, defesa de réu deixou o plenário após pedidos não serem atendidos. Na ocasião, os representantes legais do policial penal alegaram que houve cerceamento da defesa.

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Essa decisão da defesa de Guaranho de abandonar o plenário é um desrespeito à população de Foz do Iguaçu que esteve no Fórum para acompanhar o júri.
Pâmela Arruda, esposa de Marcelo Arruda

Foi uma tentativa da defesa de justificar a postuação da liberdade provisória do Guaranho. Essa era a verdadeira intenção.
Daniel Godoy, advogado da família de Marcelo Arruda e assistente de acusação

A decisão de abandonar o júri foi uma medida extrema, tomada em defesa do jogo limpo e da garantia do amplo direito de defesa. O protocolo tardio de documentos essenciais, menos de 15 horas antes do julgamento, comprometeu a capacidade da defesa em exercer seus direitos legais.
Samir Mattar Assad Advocacia, defesa de Jorge Guaranho

Não houve discussão política. O desentendimento começou porque o Marcelo não gostou da música que estava tocando no carro e se exaltou. Só queremos que a verdade venha à tona e esperamos que ele seja inocentado.
Ana Laura Guaranho, irmã de Jorge Guaranho

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