Conteúdo publicado há 1 mês

Ex-diretor da Gaviões da Fiel, ligado ao PCC, é preso em Buenos Aires

Elvis Riola de Andrade, ex-diretor da Gaviões da Fiel, foi preso na província de Buenos Aires, na Argentina, após ser encontrado por policiais federais locais na cidade de Campana. A prisão foi divulgada pela ministra da Segurança, Patricia Bullrich, nesta quinta-feira (1).

O que aconteceu

Ele foi condenado pela morte de um agente penitenciário de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo, em 2009. A execução do agente teria sido encomendada pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Elvis Riola, conhecido como "Cantor", começou a ser procurado na Argentina após os agentes identificarem uma série de movimentações dele e da família, entre casas de aluguel e hotéis, segundo o site argentino Infobae. A investigação descobriu que eles planejavam uma viagem para a África com a Ethiopian Airlines.

Eles chegaram a adiar a viagem por causa da seleção argentina. Como os argentinos venceram a Copa América, no dia 14 de julho, o aeroporto estaria cheio de policiais, cogitaram.

Os agentes encontraram o brasileiro a bordo de um Toyota Corolla. O proprietário do carro, segundo o Infobae, foi identificado como Carlos Sergio, investigado por diversos crimes relacionados a drogas, com prisões entre 2008 e 2014. A extradição de Cantor ainda será analisada por um juiz federal.

"Um delinquente a menos em nosso país. Lei e ordem", escreveu a ministra da Segurança. O UOL tenta contato com a defesa de Elvis Riola.

Expulso da Bolívia

O ex-diretor da Gaviões da Fiel tentou entrar na Bolívia em abril. Ele desembarcou com um egresso do sistema prisional de São Paulo e um advogado, mas foi barrado no aeroporto e expulso do país.

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O caso aconteceu no aeroporto de Santa Cruz de La Sierra. Cantor, o amigo Leonardo Kaue Oliveira de Jesus, o "Favela", e um advogado retornaram ao Brasil.

Na época, o MP-SP informou que o advogado barrado no aeroporto também defendia Marco Willians Berbas Camacho, o "Marcola", líder máximo do PCC.

Elvis Riola havia sido preso em Santa Cruz de La Sierra em 11 de janeiro deste ano e entregue às autoridades brasileiras. Ele foi levado à cidade de Puerto Quijarro, na fronteira com Corumbá (MS) e trazido para São Paulo. Porém, acabou solto no dia seguinte porque não havia nenhum mandado de prisão contra ele.

Liberdade

O Tribunal do Júri de SP condenou Elvis Riola a 15 anos de prisão. Porém, como o réu permaneceu preso durante 11 anos e oito meses, a Justiça concedeu o regime semiaberto e o direito de cumprir a pena em liberdade. Cantor ficou atrás das grades até 19 de agosto de 2021.

O MP-SP recorreu da decisão e o relaxamento da preventiva foi revogado pelo Tribunal de Justiça de SP. A corte mandou prendê-lo novamente e ainda aumentou a pena do réu em mais um ano.

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Eliseu Minichillo e Lindemberg Pessoa, advogados de Cantor, pediram ao STJ a liberdade condicional do cliente. Em 18 de dezembro de 2023, a ministra Daniela Teixeira, do STJ, cassou a decisão do TJ e mandou expedir contramandado de prisão em favor do réu.

Em 5 de março deste ano, Daniela Teixeira manteve o habeas corpus.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, manteve Elvis Riola solto, em decisão publicada em maio. Ele negou pedido do MP-SP e PGR para restabelecer a prisão.

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