Conteúdo publicado há 3 meses

Sargento da PM é denunciado pelo MPCE após manter ex-esposa em cárcere

Um sargento da Polícia Militar do Ceará foi preso por suspeita de manter a ex-esposa em cárcere privado por quatro dias.

O que aconteceu

O militar, identificado como Darlan Mariano da Silva, 49, trancou a vítima, uma mulher de 43 anos, dentro da casa em que moravam. PM teria deixado a ex-companheira sem acesso a alimentação e a água potável, além de ameaçá-la de morte, segundo informações do Ministério Público do Ceará.

Sargento manteve a vítima em cárcere entre os dias 21 e 25 de julho de 2024, mas o caso ganhou repercussão na imprensa agora. Ele foi preso em flagrante após uma filha da vítima desconfiar do paradeiro da mãe e ir até a residência, em Juazeiro do Norte, na região do Cariri.

Suspeito está detido no Presídio Militar, após a Justiça do Ceará converter sua detenção para preventiva. O TJCE recebeu a denúncia oferecida pelo MPCE por cárcere privado e pelos crimes previstos na Lei Maria da Penha.

O sargento e a vítima mantiveram uma relação por 23 anos. No dia 14 de julho, Darlan teria utilizado uma arma de fogo para ameaçar e expulsar a vítima e seus dois filhos da casa. Conforme o Diário Oficial do Estado do Ceará, na ocasião o sargento "jogou os pertences deles no meio da rua". A atitude levou a vítima a solicitar medida protetiva contra o PM, mas não há informações que esclareçam se o pedido foi atendido.

Vítima saiu da residência que dividia com o sargento e os filhos e foi morar com a mãe. Entretanto, ela precisou retornar para pegar itens pessoais, como documentos, quando foi mantida em cárcere pelo agente, que não aceitava o fim da relação.

Conduta do sargento também é investigada no âmbito administrativo. A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública do Ceará disse ter instaurado inquérito para apurar o ocorrido junto ao Conselho de Disciplina para determinar "a incapacidade [do agente] em permanecer nos quadros da Corporação Militar a qual pertence".

Sargento também tem passagens por crimes de ameaça, lesão corporal dolosa, tentativa e homicídio doloso e tráfico de drogas. O UOL não conseguiu localizar a defesa de Darlan para pedir posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

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Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

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