Conteúdo publicado há 1 mês

Policial que prendeu assassino do pai: 'Ainda penso nele sendo velado'

A imagem do pai de Gislayne Silva de Deus, 36, sendo velado em fevereiro de 1999 a acompanhou durante os estudos para se tornar advogada, depois policial penal e, então, policial civil. Essa mesma memória veio à tona na última quarta-feira (25), quando ela finalmente conseguiu prender o assassino dele, em Boa Vista (RR).

"Aquela cena, quando eu cheguei e vi que ele estava sendo velado, foi muito forte para mim. É uma cena que eu tenho até hoje na memória", contou Gislayne ao UOL, que tinha nove anos na época do crime.

Givaldo José Vicente de Deus, que morreu aos 36 anos, foi baleado pelo próprio amigo, Raimundo Alves Gomes, na capital roraimense. O assassino revendia produtos para uma mercearia mantida pela vítima, e cobrava uma dívida de R$ 150 (cerca de R$ 677 atualmente).

Givaldo José Vicente de Deus
Givaldo José Vicente de Deus Imagem: Cedido ao UOL

"Quando os colegas me informaram a localização dele, foi um misto de sentimentos. Parecia um sonho, parecia que não era real aquela informação, porque demorou tanto tempo", desabafou Gislayne.

A policial entrou para a corporação em julho deste ano e começou a atuar na DGH (Delegacia Geral de Homicídios) com o objetivo de encontrar o assassinado do pai. "Quando ele foi preso, eu fiz questão de dar a voz de prisão. Eu queria que ele visse que eu, policial, estava ali cumprindo uma ordem judicial e que eu era a filha da pessoa que ele tinha assassinado".

A ficha caiu quando eu dei a voz de prisão porque foi como se um ciclo tivesse sido encerrado. Quando ele foi preso, foi um sentimento de paz e justiça muito grande
Gislayne Silva de Deus

Escondido em chácaras

Gislayne Silva de Deus ao lado de Raimundo Gomes, detido na delegacia
Gislayne Silva de Deus ao lado de Raimundo Gomes, detido na delegacia Imagem: Reprodução/ Jornal RR-TV Globo
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Raimundo Alves Gomes desapareceu após o crime e ficou 25 anos foragido. Ele foi condenado pela Justiça de Roraima em 2013 e recorreu até chegar ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas a condenação foi mantida e o processo transitou em julgado, quando não há mais chance de recurso.

Um tio de Gislayne encontrou com o assassino em 2022, mas a polícia não conseguiu localizá-lo após a denúncia. Raimundo foi achado e preso em uma região de chácaras, onde estava escondido.

O UOL não conseguiu localizar a defesa do condenado. O espaço segue aberto para manifestação.

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