Conteúdo publicado há 2 meses

TJ-PE mantém bloqueados bens de Gusttavo Lima, Deolane e mais investigados

O Tribunal de Justiça de Pernambuco manteve bloqueados os bens do sertanejo Gusttavo Lima, da advogada Deolane Bezerra e dos demais alvos da Operação Integration, que investiga suposta organização criminosa voltada à prática de jogos ilegais e lavagem de dinheiro.

O que aconteceu

Defesa de Gusttavo Lima solicitou à Justiça desbloqueio dos bens do sertanejo, mas o pedido foi indeferido. A decisão é assinada pela juíza Andréa Calado da Cruz, da 12º Vara Criminal do Recife.

Gusttavo Lima justificou pedido com base na decisão do desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, que revogou ordem de prisão contra ele. Entretanto, para Andréa Calado, a decisão do desembargador não se aplica ao bloqueio dos bens e valores feitos anteriormente. O entendimento da magistrada também vale para os demais alvos da Integration, o que inclui Deolane e mãe dela, Solange Bezerra, além dos sócios das casas de apostas Esportes da Sorte e Vai de Bet.

Juíza enfatizou "a gravidade das circunstâncias" que resultou no bloqueio dos bens de Lima e dos outros alvos da Justiça. "Os fundamentos que embasaram a decisão original continuam inalterados e, portanto, vigentes, justificando a necessidade da manutenção das restrições patrimoniais".

Ao UOL, a defesa de Gusttavo Lima lamentou a decisão e diz que tomará as "providências devidas". A reportagem entrou em contato com a Vai de Bet, mas não obteve retorno. Não conseguimos localizar as demais dos outros investigados. Em todos os casos, o espaço segue aberto para manifestação.

A defesa de Gusttavo Lima lamenta que a decisão da Juíza proferida na tarde de 9/10 esteja contrariando a decisão do Desembargador do TJ de Pernambuco. Foi extraído um trecho de outra decisão, que é pertinente aos demais investigados, não compreendendo que o Desembargador, expressamente, revogou todas as cautelares contra o cantor, razão pela qual serão tomadas as providências devidas.
Defesa de Gusttavo Lima, em nota enviada ao UOL

Famosos investigados

Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa em um suposto esquema criminoso que envolve a Vai de Bet. Segundo a polícia, o sertanejo virou sócio da bet e teria direito a 25% de participação na companhia.

Justiça bloqueou R$ 20 milhões da Balada Eventos e Produções Limitadas, empresa de Gusttavo. Ainda, o sertanejo teve um avião avaliado em R$ 30 milhões apreendido. Ele nega que tenha cometido qualquer irregularidade ou que seja sócio da Vai de Bet, casa de apostas da qual ele é o principal garoto propaganda.

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A assessoria de jurídica do cantor Gusttavo Lima afirma que o artista não é sócio da Vai de Bet. A relação comercial entre a GSA, empresa responsável pelo uso de imagem do cantor, e a Vai de Bet teve início em 2022, por meio de um contrato de uso de imagem para fins publicitários. No momento da negociação do referido contrato, a Vai de Bet atestou sua idoneidade, firmando o acordo com cláusula anticorrupção. A GSA optou pela suspensão do contrato em razão das investigações e aguarda os desdobramentos.
-- Assessoria de Gusttavo Lima, em nota

Deolane Bezerra é outro alvo da operação e chegou a passar vários dias presa. A Justiça bloqueou R$ 20 milhões das contas de Deolane e outros R$ 14 milhões de empresa em nome da influenciadora também foram bloqueados. Ela também nega que tenha praticado irregularidades.

Operação bloqueou R$ 2,1 bilhões

Operação Integration apura um suposto esquema milionário de lavagem de dinheiro de cassinos online e casas de jogo do bicho.

Ação não mira diretamente os sites de apostas esportivas (bets), mas o uso dessas plataformas para lavar dinheiro de atividades ilegais, como o jogo do bicho. Um dos relatórios da investigação, por exemplo, diz que o site Esportes da Sorte era usado para ocultar receitas oriundas do jogo do bicho. A empresa nega irregularidades.

Os investigados ocultaram bens de origem ilícita, segundo a Polícia Civil de Pernambuco. Carros, aeronaves, imóveis e contratos milionários de publicidade foram firmados para lavar o dinheiro oriundo de casas de aposta e de jogo do bicho. A investigação apurou que o esquema girava em torno de Darwin Henrique da Silva Filho. O empresário de 33 anos é CEO da Esportes da Sorte. Ele foi preso na operação, mas a Justiça mandou soltá-lo na semana passada. A família de Darwin também está envolvida no esquema, com cada membro desempenhando um papel específico na lavagem de dinheiro, segundo a polícia.

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Empresas envolvidas no inquérito tiveram bens bloqueados na casa dos R$ 2 bilhões. Aeronaves e veículos de luxo foram apreendidos durante a operação. Pessoas físicas também tiveram contas bloqueadas.

Todos os envolvidos citados na investigação negam participação no esquema.

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