Homem é condenado por torturar ex-namorada por 3 dias em apartamento no RJ
A Justiça do Rio de Janeiro condenou, nesta terça-feira (15), Fred Henrique Lima Moreira a mais de 17 anos de prisão por tortura e tentativa de feminicídio contra a jornalista Ana Luiza Dias.
O que aconteceu
Ana Luiza, de 39 anos, foi agredida com cassetete e soco inglês enquanto era mantida em cárcere privado. O crime ocorreu no apartamento do ex-namorado em Copacabana, zona sul do Rio, em 2022.
A condenação foi dada na noite de ontem após um julgamento de mais de nove horas. A juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, presidente do 1º Tribunal do Júri, afirmou que Fred não poderá recorrer da decisão em liberdade.
O condenado está há dois anos e meio preso. ''O apenado não faz jus ao direito de apelar em liberdade, pois respondeu ao processo preso e assim devem permanecer, pois inexiste motivo que justifique a revogação da prisão neste momento'', explicou a magistrada.
Ana Luiza comemorou a condenação pelas redes sociais. ''A justiça foi feita! Quando uma mulher ganha todas ganham'', escreveu.
O UOL tenta localizar a defesa de Fred. O espaço segue aberto para manifestação.
Relembre o caso
As agressões começaram no dia 26 de abril de 2022. O ex-namorado a acusou de infidelidade e começou a desferir golpes contra ela, que chegou a perder a consciência.
A vítima sofreu traumatismo craniano, fratura da mandíbula e hematomas pelo corpo. Segundo Ana Luiza, ela passou a primeira noite desacordada. Ao acordar, tentou gritar por ajuda, mas percebeu que havia fraturado o maxilar — o que a impedia de falar. Então, teria sofrido uma nova agressão: um mata-leão, que se repetiu nas outras duas vezes em que tentou pedir socorro.
Três dias depois, a jornalista aproveitou um momento de distração em que a porta foi esquecida aberta para fugir. Ela seguiu direto para a delegacia de Copacabana e registrou um boletim de ocorrência.
Na sequência, o agressor foi preso sem oferecer resistência. Contra ele, foi cumprido um mandado de prisão temporária por tentativa de feminicídio, estupro, cárcere privado e tortura.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
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