Jamil Chade

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Reportagem

Milei cede aos EUA e Trump exige que Argentina se distancie da China

O presidente da Argentina, Javier Milei, foi um dos poucos líderes internacionais que evitou criticar as tarifas de Donald Trump que estão chacoalhando os mercados. Na noite de ontem, o argentino anunciou que está oferecendo adotar medidas para permitir um fluxo maior de cerca de 50 produtos. "Faremos uma harmonização de tarifas", afirmou. Segundo ele, esse seria o primeiro passo para um acordo comercial.

No evento American Patriots Gala, organizado em Mar-a-Lago (Flórida), Milei recebeu o prêmio "Leão da Liberdade". Mas usou seu discurso para indicar que está já negociando com os americanos uma forma pela qual as barreiras de seu país possam ser desfeitas aos produtos dos EUA e que seja estabelecida uma "parceria estratégica".

Os argentinos foram taxados em 10% no tarifaço de Trump. Aliados de Milei correram às redes sociais para indicar que o percentual mais baixo havia sido possível graças ao relacionamento entre os dois presidentes. Mas omitiram o fato de que países como o Brasil também receberam o mesmo tratamento.

Milei, porém, quer que o entendimento conduza a uma proposta de um acordo de livre comércio com os EUA, algo que a Argentina não poderia fazer sem a presença do Mercosul. Buenos Aires já alertou que se o bloco sul-americano colocar obstáculos, não exclui sair do Mercosul.

"A Argentina vai avançar no reajuste dos regulamentos para que eles cumpram com os requisitos das propostas tarifárias recíprocas elaboradas pelo presidente Donald Trump", prometeu Milei, arrancando aplausos dos convidados que participavam do evento ultraconservador. O presidente indicou que seu governo cumpriu nove das 16 exigências apresentadas pela Casa Branca.

Segundo ele, seu governo está "comprometido em adotar as medidas necessárias para resolver as assimetrias com os EUA".

Trump coloca condições para ajudar Argentina: se distanciar da China

Seu anúncio, porém, não ocorre por acaso. Milei terá uma reunião crítica nesta semana ainda com o Fundo Monetário Internacional (FMI), onde o voto americano é crítico.

O governo Trump já indicou que está disposto a ajudar. Mas colocou suas condições: Milei terá de tomar um distanciamento em relação aos chineses e romper compromissos que existem entre os dois países.

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Não será uma tarefa fácil para o argentino, já que seu setor do agronegócio depende em grande parte das exportações para o mercado chinês.

Reportagem

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