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O que a polícia vai apurar sobre assassinato de delator do PCC em aeroporto

A polícia investiga as circunstâncias em que ocorreu o assassinato do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), na tarde de sexta-feira (8) no aeroporto internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.

O que vai ser investigado

Conduta dos seguranças que faziam a escolta do empresário. Os PMs Leandro Ortiz, 39, Adolfo Oliveira Chagas, 34, Jefferson Silva Marques de Sousa, 29, e Romarks César Ferreira de Lima, 35, estavam na ala de desembarque do terminal 2 do aeroporto, onde Vinícius sofreu a emboscada, mas a polícia suspeita que eles não cuidaram como deveriam da escolta dele.

A Polícia Civil apreendeu os celulares dos agentes. Eles prestaram depoimento e foram liberados. A Corregedoria da PM também deve investigar a conduta deles. A reportagem tenta localizar os PMs. O espaço está aberto para manifestação.

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Suposto problema mecânico em um dos veículos da escolta de empresário morto. Segundo a Polícia Civil, o Volkswagen Amarok, que seria usado na escolta, apresentou problema e foi deixado em um posto de combustível sem acessar a área de desembarque. A investigação irá apurar se houve mesmo falha mecânica ou se episódio pode estar relacionado com o crime.

PMs chegaram ao terminal 2 no veículo Trailblazer. O veículo foi ocupado ainda pelo filho de Vinícius, de 11 anos, e José Luiz Vilela Bittencourt, 23, amigo do empresário. Ambos também tiveram os telefones celulares apreendidos para que a Polícia Civil possa apurar com quem conversaram e o que foi falado.

Investigadores também apuram como os assassinos sabiam a localização do empresário. Ele voltava de Maceió com a namorada e o motorista. A mulher deixou o aeroporto com um dos PMs que integrava a escolta do empresário. Ela já foi ouvida pelas autoridades.

A polícia também investiga se ele foi assassinado a mando do PCC. Mas não descarta outras possibilidades, como queima de arquivo, já que havia assinado acordo de delação premiada e tinha vários inimigos agentes públicos, a quem disse ter pago altos valores em propinas.

Local do crime ficou interditado por cinco horas nesta sexta-feira Imagem: Uesley Durães/UOL

Como foi o ataque

Empresário foi baleado por dois homens encapuzados e com fuzis. Após a ação, eles entraram em um Gol preto, onde um motorista os aguardava, e fugiram.

Carro usado no crime está em nome de um proprietário de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. O veículo foi abandonado nas imediações do aeroporto. Dentro dele, havia munição de fuzil e um colete à prova de balas.

Atentado feriu três pessoas. Samara Lima de Oliveira, 28, o funcionário de uma empresa terceirizada do aeroporto Willian Sousa Santos, 39, e o motorista de transporte por aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, foram levados ao Hospital Geral de Guarulhos.

Os feridos não conheciam o empresário morto, segundo a polícia. Celso levou um tiro nas costas e foi internado na UTI. William sofreu ferimentos na mão direita e ombro e está em observação. Samara foi atingida superficialmente no abdômen e acabou liberada.

Pivô de guerra no PCC

O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach era suspeito de envolvimento na morte de um integrante do PCC Imagem: Divulgação

Ameaçado pelo PCC já havia escapado de um atentado no Natal de 2023. O ataque ocorreu no prédio onde ele morava no Jardim Anália Franco, no Tatuapé, na zona leste da capital paulista. Na ocasião, um atirador disparou quando Gritzbach se aproximou da janela para fazer uma filmagem com o celular. Ninguém se feriu. O empresário passava o Natal com o pai, filhos e tios.

Empresário morto e policial penal David Moreira da Silva, 38, foram acusados pelo MP pelos assassinatos de dois membros do PCC. Segundo investigações, Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, o Cara Preta, havia entregue R$ 40 milhões ao empresário para que investisse em criptomoedas, mas o dinheiro não foi devolvido.

Cara Preta então passou a exigir a prestação de contas e a devolução do dinheiro. Ele e Antônio Corona Neto, 33, o Sem Sangue, foram mortos em dezembro de 2021. Noé Alves Shaum, 42, acusado de ser o executor do crime, foi assassinado no mês seguinte.

Segundo o MP, Cara Preta era um integrante influente do PCC e envolvido com o tráfico internacional de drogas. Já Sem Sangue era o motorista e braço direito dele. O empresário e o policial penal sempre negaram envolvimento nos assassinatos.

Denunciado pela Justiça, Gritzbach chegou a ficar preso pelos assassinatos, mas respondia ao processo em liberdade. Ele deixou a Penitenciária 1 de Presidente Venceslau (SP) em junho de 2023, usando tornozeleira eletrônica. Na época em que esteve preso, o advogado do empresário dizia que ele poderia ser assassinado na prisão por integrantes do PCC.

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