'Ainda não caiu minha ficha', diz passageira de ônibus atingido por avião
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A analista de licitação Letícia Moraes, uma das passageiras que estava no ônibus atingido por um avião, nesta sexta-feira (7), em São Paulo, relatou os instantes de pânico que viveu no momento do acidente, durante entrevista ao UOL News, do Canal UOL.
Foi um susto muito grande. Eu estava usando fone de ouvido e sentada em um dos últimos bancos do ônibus e só lembro de ter levantado para descer, já que eu estava me aproximando [do ponto]. E, do nada, já estava no chão, depois de um barulho muito forte. E quando levantei, eu estava com muita dor de cabeça, não entendia nada do que estava acontecendo. Letícia Moraes, passageira do ônibus atingido pela aeronave
No início da manhã de hoje, um avião de pequeno porte caiu na avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista. A queda ocorreu pouco depois de a aeronave decolar do aeroporto Campo de Marte, na zona norte. O avião atingiu a traseira de um ônibus. Duas pessoas morreram e seis tiveram ferimentos leves.
Ao Canal UOL, Letícia contou como os passageiros reagiram após o impacto e disse que o motorista do coletivo ajudou todos a escaparem.
Os vidros estavam quebrados e o fogo começou a subir. Eu estava desesperada para sair dali, porque tinha muita gente [os outros passageiros] na minha frente. Eu comecei a gritar para o motorista abrir a porta, mas aí eu notei que ele estava do meu lado e tinha aberto a porta traseira. Eu tenho muito que agradecer a esse motorista, porque eu estava no momento de pânico e ele me chamou para descer.
Quando eu saí, só corri para a rua. Foi aí que percebi que havia sido um avião. Letícia Moraes, passageira do ônibus atingido pela aeronave
Na sequência, ela caminhou até o prédio da empresa em que trabalha —que fica próximo ao local do acidente— e foi atendida pela equipe de socorristas.
Eu, sem saber o que fazer, e desesperada para ligar para a minha mãe, consegui chegar até o hall da minha empresa. Lá, eu fui socorrida pelo bombeiro que tem no prédio. Ele chamou a ambulância e eu fui atendida, porque, com a pancada na cabeça, inchou muito e eu estava com muita dor de cabeça.
Eu jamais pensei que isso poderia acontecer comigo. É horrível. Até agora não caiu a minha ficha. Letícia Moraes, passageira do ônibus atingido pela aeronave
Especialista: 'Autoridades precisam rever voos com piloto único'
No UOL News, Marcus Reis, especialista em segurança de voo, disse que as autoridades que regulamentam e fiscalizam as ações da aviação civil precisam repensar os voos operados com piloto único.
Se você perceber, os últimos três acidentes na aviação geral aconteceram numa situação 'single pilot', onde tinha um só piloto dentro da cabine e em aeronaves mais complexas. Então, eu entendo que chegou a hora de a autoridade de aviação civil rever essa autorização para single pilot —e os mínimos para essa operação. Marcus Rei, especialista em segurança de voo
A operação single pilot, citada pelo especialista, refere-se ao voo onde há apenas um piloto na cabine de aeronaves. No Brasil, é a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), a autoridade que regula a aviação civil que esclarece e orienta regras para a operação single pilot através da IS (Instrução Suplementar) nº 61-004.
O Brasil testemunhou dois acidentes aéreos em menos de um mês: no dia 9 de janeiro, um avião de pequeno porte ultrapassou a pista do aeroporto de Ubatuba, no litoral de São Paulo, e explodiu. O acidente aconteceu na praia do Cruzeiro, ao lado do Aeroporto Estadual de Ubatuba, quando a aeronave tentava pousar. Nesta sexta, foi a vez de uma aeronave de pequeno porte cair na Barra Funda. Nos dois casos, os aviões operavam no sistema single pilot, com apenas um piloto na cabine.
Assista ao trecho no vídeo abaixo
Josias: 'Estado deve explicações sobre acidentes aéreos no Brasil'
No UOL News, o colunista Josias de Souza afirmou que, diante da série de acidentes aéreos ocorridos recentemente no Brasil, o governo federal está devendo explicações à população do país.
Há aqui dois aspectos a se considerar. O primeiro deles é a sensibilidade humana. Por razões óbvias, o ministro da área e o próprio Palácio do Planalto deveriam ter soltado uma nota para lamentar as mortes e se solidarizar com as famílias. Josias de Souza, colunista do UOL
Assista ao trecho no vídeo abaixo
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