Caso Gritzbach: PF indicia delegado e mais quatro por elo com PCC, diz TV
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A Polícia Federal indiciou nesta quarta-feira (12) dez pessoas, incluindo um delegado e quatro agentes da Polícia Civil de São Paulo, por suspeita de envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital). O indiciamento foi divulgado pelo SP1 (TV Globo).
Todos os indiciados foram citados na delação de Vinícius Gritzbach, assassinado a tiros no aeroporto de Guarulhos em novembro de 2024, sob acusação de extorquir dinheiro e bens do delator do PCC.
O que aconteceu
Indiciados são investigadores. São eles: Eduardo Lopes Monteiro; Marcelo Ruggeri, o Xará; Marcelo Marques de Souza, o Bombom; e Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho.
O delegado Fábio Baena também foi indiciado. Em delação, Gritzbach declarou que o delegado e o investigador Eduardo, quando atuavam no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), exigiram dele R$ 40 milhões para tirar seu nome de um inquérito ao qual era investigado por envolvimento em um duplo assassinato de membros do PCC.
A PF também pediu a conversão da prisão temporária dos agentes em preventiva (por tempo indeterminado). Eduardo e Marcelo Marques foram presos pela PF em 17 de dezembro do ano passado por suspeita de corrupção. Na mesma operação foram detidos o delegado Baena e o investigador Marcelo Ruggieri. O agente Rogério se entregou dias depois.
Análises dos telefones celulares apreendidos com os presos indicam que eles formaram uma organização criminosa e cometeram diversos crimes. Entre eles, corrupção, lavagem de dinheiro e outros equiparados a hediondos, segundo as investigações da Polícia Federal.
Delatados por Gritzbach dizem ser inocentes. Um deles, Marcelo "Bombom", disse que até ajoelharia, se preciso fosse, para provar que é vítima de injustiça. As versões foram dadas em depoimentos dos delatados à Justiça, conforme divulgado pelo Fantástico (TV Globo), com exclusividade, no início do mês.
Advogados de Fábio Baena e Eduardo Lopes dizem que a PF não analisou os pedidos de produção de provas solicitados pela defesa. Os defensores Daniel Bialski e Bruno Borragine afirmaram que Gritzbach era um "mitômano e criminoso confesso" que fez "ilações", e ainda apontaram que a PF "abusivamente preferiu indiciar todos os investigados, de maneira genérica, sem qualquer individualização, e sem que existentes indícios do cometimento de qualquer crime".
A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos demais policiais civis citados, mas o espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado se houver posicionamento. Procurada, a PF disse que "não comenta eventual investigação em andamento".
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