ADPF das Favelas: STF aprova plano do Rio e manda PF investigar milícias
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O STF (Supremo Tribunal Federal) homologou parcialmente nesta tarde as medidas do governo do Rio para reduzir a letalidade das operações policiais nas favelas e determinou que sejam adotados complementos, como um plano para retomar as áreas ocupadas por organizações criminosas e a abertura de uma investigação da Polícia Federal sobre a relação de milícias e do narcotráfico com agentes públicos do estado.
O que aconteceu
O Supremo concluiu o julgamento de processo que começou em 2019. Os 11 ministros chegaram a um consenso sobre o tema, determinando regras para garantir que as operações policiais no Rio respeitem os direitos humanos e as autoridades consigam reduzir a atuação de organizações criminosas.
Governador presente. A sessão foi acompanhada presencialmente pelo governador do Rio, Cláudio Castro (PL). Famílias de vítimas de letalidade policial também assistiram ao julgamento.
Relator do caso, Edson Fachin reconheceu os esforços do governo. O ministro afirmou que a situação está longe de ser ideal, mas que, desde o início da tramitação do processo, o estado do Rio demonstrou compromisso para cumprir o que foi determinado, após a condenação do Brasil na CIDH (Corte Interamericana de Direitos Humanos).
A condenação se deu por violações em direitos humanos durante um massacre ocorrido numa operação policial na Favela Nova Brasília, do Complexo do Alemão, em 1994. A ADPF das Favelas teve início, então, para debater medidas para reduzir a letalidade das operações policiais no Rio.
Tribunal determina que a PF abra duas frentes de investigação. Deve investigar a atuação de grupos criminosos com alcance interestadual e também internacional, além de abrir uma investigação específica sobre a relação de milícias e narcotráfico com agentes públicos e políticos no estado. A corporação deverá destacar uma equipe exclusiva para investigar estes grupos violentos e também poderá atuar em parceria com as polícias locais.
Coaf, Receita Federal e Secretaria da Fazenda do Rio devem priorizar demandas destas investigações. O STF determina que órgãos atendam com prioridade pedidos ligados as investigações sobre estes grupos criminosos.
Reocupação de territórios. A Corte também mandou que estado do o Rio e municípios interessados elaborarem um plano para reocupar áreas atualmente sob o comando de organizações criminosas. O objetivo é que seja garantida a presença do poder público nestes locais com equipamentos e políticas públicas voltadas à juventude.
Mortes em casos de operações e ambulâncias. O STF decidiu que operações policiais só devem ser realizadas durante o dia e que devem contar com presença de ambulância sempre houver riscos de conflitos. Além disso, o Ministério Público estadual deverá ser imediatamente comunicado nos casos em que houver mortes nas operações policiais.
Prazo para implantação de câmeras e programa de saúde mensal. Tribunal reconheceu que o estado do Rio já adotou várias providências, por isso ampliou de 120 para 180 dias o prazo para o governo estadual comprovar que está utilizando câmeras nas viaturas da Polícia Militar e da Polícia Civil. Também foi definido o prazo de 180 dias para que o governo estadual crie um programa de assistência à saúde mental dos profissionais de segurança pública.
Cumprimento de determinações será acompanhado. O Supremo determinou a criação de um grupo de trabalho para acompanhar o cumprimento da decisão. O grupo será coordenado pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), que definirá os integrantes. O CNMP também deverá passar a publicar relatórios semestrais de transparência com informações sobre o controle externo da atividade policial realizado pelas unidades dos Ministérios Públicos de todo o país.
27 comentários
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Francisco e de a Oliveira
FALTOU DIZER QUE OPERAÇÕES POLICIAIS DEVEM OCORRER SOMENTE EM HORÁRIO COMERCIAL, O RESTO DO DIA FICA LIBERADO O FUNCIONAMENTO DA BOCA, AGORA OS DIGNÍSSIMOS MINISTROS DO STF PRECISAM VER SE OS AVIOZINHOS E O PESSOAL "QUE TRABALHA" NA BIQUEIRA ESTÃO COM SEUS DIREITOS TRABALHISTAS SENDO CUMPRIDOS E TAMBÉM SE ELES ESTÃO DE ACORDO EM ACABAR COM A ESCALA 6 X 1....
Wilson Roberto Tozzi
Esse STF interfere em tudo. Revista intima na prisão agora é proibido
Edilson da Conceiçao
Quero ver o STF investigar o crime organizado