Martha Rocha diz que ameaças de morte provam que ela combateu milícia
A candidata do PDT à Prefeitura do Rio, Martha Rocha, disse que as ameaças de morte que sofre são resultado de seu enfrentamento às milícias quando esteve à frente da Polícia Civil do estado. Em sabatina promovida pelo UOL, em parceria com a Folha de S.Paulo, a Delegada Martha Rocha —nome que adotou nas urnas— foi questionada sobre a expansão desses grupos criminosos no período em que chefiou a Polícia Civil entre 2011 e 2014 sob o governo Sérgio Cabral (MDB).
"Na nossa gestão, trabalhamos muito e acho que o resultado disso é consultar o número de ameaças de morte que eu tenho, todas vinculadas à milícia", disse ela durante a sabatina comandada por Silvia Ribeiro, editora do UOL, e Catia Seabra, repórter da Folha de S. Paulo.
Segundo ela, as ameaças continuam até hoje, seis após ter saído da polícia. "Deixei a Polícia Civil com mais de uma dezena de ameaças de morte, como delegada. Como deputada, continuo recebendo ameaças de morte. Na nossa gestão, nós atuamos, sim, e nos dedicamos, sim, à questão da milícia", disse.
Martha afirmou ainda que a Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas), que investiga milícias, não estava subordinada à Polícia Civil à época em que chefiou o órgão.
Futuro prefeito deve ser respeitado por Bolsonaro, diz Martha
Questionada se teme represália do governo federal, caso seja eleita no Rio, ela afirmou que está na hora de os políticos aprenderem a ter uma "conduta republicana". Martha é do PDT, partido de Ciro Gomes, crítico ferrenho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Quem quer que esteja sentado naquela cadeira em janeiro de 2021, tem que ser respeitado pelo presidente da República", disse.
Ela ainda disse que, "se a presença de alguém desagradar a Presidência da República", ela tem certeza de que o carioca vai ser capaz de entender o que está acontecendo. "Tenho absoluta certeza que, quem não tiver essa capacidade de ter essa conduta republicana, o carioca não vai perdoar essa pessoa", disse.
Martha diz ser vítima de misoginia na campanha
A candidata disse ser vítima de misoginia "como foi na polícia, e está sendo agora".
"Eu passei 31 anos na Polícia Civil, e a minha primeira luta foi por um banheiro. [...] Não será um candidato que vai me intimidar, que vai me aborrecer. Porque eu também não sou feita de açúcar", disse.
Martha Rocha também falou sobre tentativa de desconstrução de sua imagem em um momento em que surge em ascensão em pesquisa eleitoral.
"Eu, se fosse coordenador da campanha, iria sugerir que eles [Eduardo Paes e Marcelo Crivella] apresentassem suas propostas, e não dessem tanta bandeira que Martha Rocha está incomodando tanto", disse a candidata.
Segundo ela, um dos candidatos que a atacou durante o processo eleitoral foi Eduardo Paes (DEM).
"Uma das campanhas foi feita pelo Eduardo Paes, nós ganhamos uma ação e retiramos do ar um perfil que apoiava, declaradamente, ele. Nós tiramos mais de uma dezena de perfis falsos do Twitter", disse.
Arrependimento de voto em Brazão para o TCE-RJ
Questionada sobre o voto no ex-deputado estadual Domingos Brazão para conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro), em 2015, a deputada diz que "fez uma avaliação errada". Dois anos depois Brazão foi preso por suspeita de corrupção e afastado do TCE-RJ.
"Naquele momento, não havia nenhuma condenação dele. Ele havia sido citado, mas não havia uma condenação", falou. "Naquele momento fiz uma avaliação errada. Não faria novamente", falou.
Martha diz não esconder Ciro Gomes em campanha
A candidata negou que esconda Ciro Gomes (PDT), possível presidenciável para 2022, em sua campanha. "Nós não estamos nem escondendo, nem apresentando ninguém", disse. "Eu e Ciro já aparecemos inúmeras vezes, inúmeras atividades feitas, exclusivamente, para que eu e ele tivéssemos um diálogo, um debate", disse.
Em entrevista ao UOL, Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, afirmou que Ciro Gomes (PDT) será um conselheiro de Martha caso ela seja eleita prefeita do Rio.
"O que eu fiz foi me preparar de forma silenciosa, porque esse é meu estilo. Eu estive com Ciro, sim. Estive com Cid, sim", disse.
"O que estamos fazendo é ouvir as melhores práticas para a gestão da cidade do Rio de Janeiro. O que o presidente Lupi disse foi: o desafio de Ciro é muito maior, Ciro não pode, nem deve, estar vinculado apenas à cidade do Rio de Janeiro. O desafio dele é caminhar pelo Brasil, e se eu tiver que ouvir uma opinião, eu ouvirei, como eu ouvi a opinião de inúmeras pessoas", disse.
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