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Crivella tenta usar apoio da família Bolsonaro como trunfo para 2° turno

Igor Mello

Do UOL, no Rio

14/11/2020 10h43

Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e apelando aos votos conservadores, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) descartou fazer alianças com partidos de esquerda caso passe para o segundo turno.

Ele também afirmou que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filhos 01 e 02 do presidente Jair Bolsonaro, irão entrar em sua campanha caso chegue ao segundo turno —até hoje nenhum dos dois pediu votos para Crivella.

Antes de iniciar uma carreata neste sábado (14) em Bonsucesso, zona norte do Rio, Crivella afirmou que pedirá "o apoio de todos" em um eventual segundo turno. Questionado pelo UOL se isso incluía também partidos de esquerda, ele negou essa possibilidade

"Aliança com a esquerda é impossível porque eles pensam em ideologia de gênero e são contra a família", criticou. "Vou pedir apoio de todos que quiserem se aliar ao nosso programa de governo: defesa da família, defesa da vida e contra a corrupção" pregou Crivella, que é investigado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) por supostamente comandar um "QG da Propina" na Prefeitura do Rio.

Os partidos progressistas se dividiram em três candidaturas nessa eleição: o PDT lançou a Delegada Martha Rocha com o apoio do PSB; a chapa da petista Benedita da Silva têm vice do PCdoB, enquanto o PSOL lançou uma campanha puro-sangue com a deputada estadual Renata Souza de cabeça de chapa.

Crivella nega constrangimento em ter filhos de Bolsonaro no palanque

Crivella também negou que exista algum constrangimento de sua parte em ter Flávio e Carlos Bolsonaro em seu palanque. Os dois são alvos de investigações do Ministério Público do Rio por comandarem supostos esquemas de corrupção em seus gabinetes na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), no caso de Flávio; e na Câmara de Vereadores do Rio, no de Carlos. Flávio Bolsonaro recentemente foi denunciado por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.

"De jeito nenhum. Nós estamos guardando o maior para o segundo turno. A família toda. Estamos guardando a força maior para o segundo turno. Segundo turno tem que ter novidade", defendeu. "O Flávio me ajudou a trazer R$ 100 milhões para asfaltar a Avenida Brasil de Deodoro a Santa Cruz. Um senador que faz isso tem que ser aplaudido".

Crivella desconversou sobre o fato de o material de campanha feito por Carlos Bolsonaro e por sua mãe Rogéria Bolsonaro, ambos candidatos a vereador pelo Republicanos, mesma legenda de Crivella, omitirem o nome do prefeito.

"Eles [Carlos e Flávio] vieram para o meu partido, são meus companheiros", argumentou, antes de completar. "Eu estive com a Rogéria na quinta".

O prefeito vai seguir em carreata neste sábado e conta com o apoio de vereadores no seu último dia de campanha.