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Crivella atribui rejeição à crise e mira votos de Benedita no 2º turno

Marcelo Crivella (Republicanos) enfrentará Eduardo Paes (DEM) no segundo turno do Rio - Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
Marcelo Crivella (Republicanos) enfrentará Eduardo Paes (DEM) no segundo turno do Rio Imagem: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

Herculano Barreto Filho

Do UOL, no Rio

15/11/2020 23h11

O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) atribui o alto índice de rejeição nas pesquisas à crise econômica no Rio de Janeiro, projeta o segundo turno com o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) e mira eleitores da petista Benedita da Silva, que também é evangélica, para buscar a reeleição.

Com 95,19% de apuração das urnas, ele aparece no segundo turno com 21,86% dos votos válidos, atrás de Paes (37%). A pesquisa de boca de urna já apontava um segundo turno entre os dois. Sob forte esquema de segurança, Crivella chegou por volta das 21h15 de hoje ao principal comitê de campanha, em um prédio comercial de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, mas remarcou nova entrevista para amanhã de manhã, após o avanço da apuração. Quando deixou o local, havia apenas 30% da apuração.

"Esses votos que vocês dizem ser de esquerda têm uma grande parcela da área popular, que sempre votou com o Crivella. Há uma grande quantidade de evangélicos que votaram em Benedita. É possível que esses votos venham conosco", disse Crivella ao ser questionado se projetava receber votos da esquerda no segundo turno.

Ele ainda fez ataques indiretos ao adversário político, que responde na Justiça eleitoral por crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral por caixa dois na campanha à reeleição de 2012.

"A minha rejeição é por causa da gestão, o que é normal, sobretudo em um período de crise. Não é porque eu sou corrupto. Não sou réu em nada, diferente de outros candidatos", disse.

Entretanto, o prefeito foi condenado pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio) em setembro por abuso de poder político e conduta vedada, o que o deixou inelegível até 2026 — mas obteve liminar que suspendeu a decisão. Ele também foi alvo de operação do MP-RJ (Ministério Público do Rio) contra o suposto "QG da Propina" e sofreu desgaste em razão do episódio conhecido como "Guardiões de Crivella".

Crivella ainda vê uma mudança de panorama no segundo turno. "É uma nova eleição e um novo debate", projetou.

O prefeito do Rio votou por volta das 8h50 acompanhado pela esposa Sylvia Jane e o filho Marcelo na escola municipal Sérgio Buarque de Holanda, na Barra da Tijuca. Em seguida, foi para casa, no mesmo bairro. Às 18h, foi a um culto na Igreja Universal do Reino de Deus da Barra, antes de ir ao comitê de campanha.