Candidato do PDT é preso durante protesto em ato de campanha de Zema em MG
O PDT de Minas Gerais diz que o candidato a deputado estadual Felipe Gomes foi preso hoje durante um protesto contra o governador Romeu Zema (NOVO) em um ato de campanha do mandatário, em Belo Horizonte.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que o político é imobilizado, jogado ao chão e detido por policiais militares. Durante a abordagem, Gomes questiona os agentes sobre o motivo da prisão, mas um dos policiais mantém a perna sobre o corpo do candidato. A reportagem tenta contato com a campanha do pedetista. Em nota, a corporação confirma a detenção e diz que foi por desobediência e perturbação de sossego.
De acordo com correligionários do PDT ouvidos pela reportagem, Gomes fazia campanha na Avenida Visconde de Ibituruna, no bairro Barreiro, e cobrava o governo estadual sobre o tombamento da Serra do Curral. Em determinado momento do ato, a comitiva de Zema passou pelo mesmo local e o candidato, que é ambientalista, teria protestado contra as políticas para o setor adotadas pelo governador.
Seguranças do líder do executivo teriam quebrado o megafone usado pelo candidato do PDT no protesto. Durante a abordagem, Gomes chegou a sofrer ferimentos, sendo encaminhado até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Diamante, relatam os militantes do PDT de Minas Gerais. A PM (Polícia Militar) negou que a ação resultou em lesões no candidato, mas informou que um dos agentes se feriu.
Polícia diz que agiu contra perturbação. Em nota ao UOL, a assessoria de imprensa da PM de Minas Gerais explicou que foi acionada por um proprietário de um bar que reclamava do barulho provocado pelo candidato.
"Segundo o proprietário, por diversas vezes, foi solicitado ao indivíduo que se retirasse do local", sustenta a PM. A polícia ainda afirma que esteve no ambiente e tentou negociar com Felipe Gomes, que teria desobedecido a ordem para deixar o espaço.
"O indivíduo, que insistiu na desobediência e resistiu, ativamente, à abordagem, resultando, inclusive, em lesões nos policiais militares", comenta.
De acordo com a PM, o candidato teria sido conduzido para atendimento médico, não sendo constatadas lesões. A corporação informou que registrou um boletim de ocorrências contra o pedetista, mas não indicou a delegacia onde o caso foi relatado.
Em nota, a Polícia Civil diz que o caso está registrado como "perturbação da tranquilidade, desobediência e resistência" na Delegacia de Polícia Civil Adida ao Juizado Especial Criminal, em Belo Horizonte. A corporação disse que o candidato "foi ouvido e liberado".
O UOL também buscou contato com a assessoria de imprensa do governador, mas até o momento não houve retorno.
PDT repudia ação policial contra candidato. Através das redes sociais, o PDT de Minas Gerais divulgou uma nota de repúdio.
"Neste 5 de setembro, tomamos ciência do episódio lamentável envolvendo o nosso companheiro de partido e candidato a deputado Estadual, o ambientalista Felipe Gomes, foi agredido e preso pela Polícia Militar, pelo motivo de se manifestar em defesa da Serra do Curral e críticas à política ambiental do Zema", afirma.
O partido disse que o processo democrático não admite truculência contra divergências políticas.
"O que ocorreu com nosso correligionário merece nossa repulsa e pedido de reparo. Nosso corpo jurídico está acompanhando o caso e tomará todas medidas cabíveis em defesa do estado de direito e da democracia. Ninguém pode ser agredido e preso por divergências de ideias", concluiu o partido.
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