Topo

Quem ganhou o debate dos candidatos ao governo de SP? Colunistas opinam

Do UOL, em São Paulo

14/09/2022 11h26

Para os colunistas do UOL, o debate entre os candidatos ao governo de São Paulo organizado ontem por UOL, TV Cultura e jornal Folha de S.Paulo foi morno, o que beneficiou Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), os dois líderes nas pesquisas.

Na opinião deles, quem saiu perdendo foi o atual governador e candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB), alvo de ataques e que não conseguiu reagir.
Além disso, segundo os colunistas, a intimidação do deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos) contra a jornalista Vera Magalhães depois que o debate já tinha acabado foi prejudicial a Tarcísio.

Leia a seguir a opinião dos colunistas:

Leonardo Sakamoto:

Em um debate chato, os candidatos se esforçaram em testar a paciência dos eleitores na noite desta terça. Com isso, ganham Fernando Haddad (que já está no segundo turno e aguarda o adversário) e Tarcísio de Freitas (em segundo lugar nas pesquisas, crescendo com um bolsonarismo light). O governador Rodrigo Garcia foi um dos alvos preferenciais, sendo alvejado com a lembrança de que foi vice de João Doria.

Coube a Elvis Cezar o alívio cômico do debate, arrancando risadas. O ponto alto foi quando ele perguntou se os impostos aplicados pelo governo durante a pandemia eram "só no nosso". Até Garcia, alvo da pergunta, riu.

Após o término, o deputado bolsonarista Douglas Garcia promoveu um momento de pura estupidez: começou a agredir a jornalista Vera Magalhães, repetindo ataques que Jair havia proferido contra ela no debate presidencial. O que mostra que as ações violentas de Bolsonaro são sim copiadas pelos seus seguidores e aliados.

Josias de Sousa:

Como em todo debate eleitoral, a audiência pode se dividir na hora de apontar o vencedor da mais recente contenda entre os candidatos ao governo de São Paulo. Há, porém, uma sólida e irrefutável certeza: o grande perdedor da noite foi o governador tucano Rodrigo Garcia. O debate foi uma disputa do petista Fernando Haddad e do bolsonarista Tarcísio de Freitas, na qual Garcia entrou com a cara.

No tempo normal, a coisa terminou num empate entre Haddad e Tarcísio. Sem nocaute, seria improvável uma virada de votos. A dupla se consolidaria na primeira e na segunda colocação das pesquisas. Encerrada a transmissão, um aliado levado por Tarcísio à plateia cedeu a vitória a Haddad ao agredir com injúrias a jornalista Vera Magalhães. A incivilidade reeditou truculência de Bolsonaro no debate presidencial. Pode custar votos a Tarcísio.

Tales Faria:

Haddad e Tarcísio venceram. Nem se deram ao trabalho de fingir que repetiriam, no debate, a polarização de seus candidatos à Presidência, Lula e Bolsonaro. Evitaram se digladiar publicamente e, nos bastidores, trocaram gentilezas. O petista até passou ao bolsonarista uma cola do roteiro do programa.

Aos que perguntavam, lembraram que ambos foram colegas no governo da petista Dilma Rousseff, quando Tarcísio atuou como diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Deixaram Rodrigo Garcia servindo de alvo dos ataques de todos os presentes, como o grande derrotado do debate, enquanto eles dois prepararam o ringue para disputarem o segundo turno da eleição.

José Roberto de Toledo:

Se o Tarcísio não cortar laços [com o Douglas Garcia] e condenar veementemente o que fez esse palhaço, ele vai se prejudicar. Porque a campanha estará endossando a atitude fascista desse imbecil. Tarcísio, que era o vencedor [do debate], pode sair como o grande perdedor por causa desses aliados fascistas que ele levou para lá.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que deu a entender a edição do texto, a frase "se o Tarcísio não cortar laços", do colunista José Roberto de Toledo, se referia aos laços entre Tarcísio e Douglas Garcia, e não Rodrigo Garcia. O texto foi corrigido.