Após acusação de Tabata, Marçal diz desconhecer disparo indevido de e-mails

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) afirmou desconhecer e não ter autorizado o uso de e-mails de clientes dos seus cursos para fins eleitorais.

O que aconteceu

Marçal disse ter pedido que sua equipe investigue a denúncia feita pela campanha de Tabata Amaral (PSB). "Eu não dei essa autorização e não concordo com isso. Se tiver acontecido, vai ter desligamento sumário dessa pessoa. Não faz sentido, se for real", afirmou nesta segunda-feira (2) a jornalistas durante agenda de campanha no Ibirapuera.

Tabata denunciou à Justiça Eleitoral que o ex-coach teria feito um disparo massivo de e-mails após ter as redes sociais desativadas. "Cai para dentro dos links e me segue nos novos perfis", diz trecho do e-mail que teria sido enviado.

A candidata disse à Justiça que pessoas que receberam o e-mail não teriam dado consentimento para o uso dos dados para fins eleitorais. "Muitos desses relatos dão conta de que a única relação prévia existente entre os destinatários das mensagens e Pablo Marçal eram comerciais, firmadas com suas empresas, na forma de compra de produtos, cursos e mentorias oferecidas pelo coach", diz trecho da representação.

Marçal participou de um "adesivaço" de campanha nesta tarde. Durante a agenda, pessoas que se diziam de fora da equipe do candidato vendiam bonés com a letra "M", símbolo da campanha.

Pessoas vendem boné com a letra "M", símbolo da campanha de Marçal
Pessoas vendem boné com a letra "M", símbolo da campanha de Marçal Imagem: Anna Satie/UOL

Marçal diz que não precisa de Bolsonaro para governar

"Não preciso governar com ele, é um político que está sem mandato", disse Marçal sobre não ter o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Bolsonaro não vai me apoiar, porque ele acha que vai ter segundo turno e nós vamos mostrar que não vai ter segundo turno", afirmou. Bolsonaro apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), embora aliados do ex-presidente ensaiem um desembarque generalizado da candidatura do emedebista.

Apoio a Nunes dividiu o bolsonarismo na capital paulista. Lideranças de extrema-direita afirmam que Marçal representa mais o bolsonarismo e citam símbolos usados pelo ex-coach em eventos de campanha. O empresário cresceu nas intenções de voto entre os eleitores do ex-presidente, mostraram as últimas pesquisas eleitorais.

Continua após a publicidade

Marçal afirmou que "não se sente pressionado" a participar do evento de Bolsonaro no 7 de setembro. O ex-presidente convocou apoiadores para um ato na avenida Paulista e disse que candidatos à Prefeitura de São Paulo estão autorizados a subir no trio elétrico. O evento tem como alvo Alexandre de Moraes, após reportagens da Folha de S.Paulo mostrarem que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) pediu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) relatórios sobre os investigados sem respeitar o rito processual. Na época, ele também presidia o TSE.

Convite de Bolsonaro foi encarado como aceno a Marçal. O ex-presidente não citou os nomes do atual prefeito e do ex-coach no vídeo em que convoca os apoiadores. Mas o fato de deixar em aberto a participação de outros candidatos, além de Nunes, que tem o seu apoio, foi visto como um sinal de que Bolsonaro não descarta estar ao lado de Marçal em um eventual segundo turno entre o empresário e Guilherme Boulos (PSOL).

O ex-coach também disse que não se sente "nem um pouco" constrangido a se posicionar sobre Moraes. "Nem um pouco, isso aí é coisa do Congresso Nacional", disse ao comentar pedidos de parlamentares bolsonaristas pelo impeachment do ministro.

Deixe seu comentário

Só para assinantes