Tabata acusa Marçal de usar emails de venda de cursos para fins eleitorais

A candidata à Prefeitura de São Paulo Tabata Amaral (PSB) acionou à Justiça contra Pablo Marçal (PRTB) com a acusação de que ele teria usado e-mails captados em vendas de cursos para fins eleitorais.

O que aconteceu

O ex-coach teria feito um disparo massivo de emails após a determinação da Justiça que desativou os perfis dele nas redes sociais. "Cai para dentro dos links e me segue nos novos perfis", diz trecho do email que teria sido enviado.

À Justiça, Tabata disse que há relatos de pessoas que receberam o email e não teriam dado consentimento para o uso dos dados para fins eleitorais. "Muitos desses relatos dão conta que a única relação prévia existente entre os destinatários das mensagens e Pablo Marçal eram comerciais, firmadas com suas empresas, na forma de compra de produtos, cursos e mentorias oferecidas pelo coach", diz trecho da representação.

Campanha de Tabata afirma que a ação configura "desvio de finalidade", além de contrariar a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) e a legislação eleitoral. A candidata associa o caso à condenação de Marçal em 2010 — ele passava a lista de e-mails de possíveis vítimas da quadrilha que invadia contas bancárias pela internet.

Na semana passada, a Justiça concedeu liminar solicitada pelo PSB de Tabata e suspendeu os perfis nas redes sociais de Marçal. O empresário foi acusado de cometer abuso de poder econômico ao remunerar indevidamente seus seguidores para promover campanha eleitoral nas redes sociais — o ex-coach nega.

Tabata foi a primeira candidata a subir o tom contra Marçal. Ela publicou vídeos nas redes sociais associando ele ao tráfico de drogas e citou as ligações do empresário com pessoas suspeitas de ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

A reportagem procurou a campanha de Marçal, mas não teve retorno. O espaço fica aberto para atualizações.

As condutas aqui narradas evidenciam uma série de ações organizadas que revelas um desrespeito às normas eleitorais e à LGPD, ferindo os princípios basilares de uma eleição justa e transparente, e merecendo, assim, a devida apuração e penalização nos termos da legislação aplicável.
Trecho da representação

Pode e deve esta Justiça Eleitoral impor obrigação ao candidato e seu partido para que apresentem os documentos relacionados aos tratamentos de dados pessoais que realizaram desde o início da campanha eleitoral.

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Participam desta cobertura:
Ana Paula Bimbati, Anna Satie, Fabíola Perez e Saulo Pereira Guimarães, do UOL, em São Paulo, e Letícia Polydoro, em colaboração para o UOL.

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